O ministro da Administração Interna garantiu esta terça-feira que apesar dos cortes orçamentais a Guarda Nacional Republicana consegue manter a "operacionalidade" das suas forças e cumprir os direitos dos homens e mulheres das suas fileiras.
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"A segurança não pode ser descurada em momentos de dificuldade como o que vivemos e por isso mesmo, apesar da contenção e dos constrangimentos orçamentais a que todos estamos sensíveis, temos conseguido e vamos conseguir manter a segurança dos portugueses", disse Rui Pereira aos jornalistas à margem da cerimónia de comemoração dos cem anos da GNR.
Manter essa segurança passa por garantir "a operacionalidade das forças" e "o cumprimento dos direitos dos homens e mulheres que servem nas forças de segurança, porque o cumprimento desses direitos é também uma forma de preservar a segurança dos portugueses", afirmou o ministro.
O comandante-geral da GNR, tenente-general Newton Parreira, disse aos jornalistas que as orientações de austeridade na Guarda são para "não afetar a componente operacional, mas única e exclusivamente a componente administrativa e logística".
"É evidente que de facto há algumas restrições, fizemos um plano de restrição orçamental e esse plano está a ser cumprido. Não poderá é haver mais restrições orçamentais", alertou.
Newton Parreira afirmou que, de acordo com as informações que tem, a componente operacional não está a ser afectada: "Apesar de aparecer uma e outra notícia que dizem o contrário, não é isso que se está a passar no terreno neste momento", assegurou.
Questionado sobre uma possível mudança na organização das forças de segurança em Portugal, o ministro Rui Pereira afirmou que o modelo actual - uma força de segurança de natureza militar (GNR) e uma de natureza civil (PSP) - "não está esgotado e tem revelado potencialidades positivas".
Rui Pereira manifestou-se contra "temeridades" na organização das forças de segurança, que "associam tradição e modernidade" e que não devem "mudar por mudar".
"Devemos mudar quando temos razões para crer que as mudanças vão introduzir melhoramentos mas não podemos correr riscos", declarou.
O ministro salientou que, separadas, GNR e PSP têm desenvolvido "competências especializadas": no caso da GNR, "uma vasta experiência em investigação fiscal, protecção civil e segurança rodoviária", por exemplo, e no caso da PSP, "segurança privada e fiscalização e controlo de armas".
No discurso que fez para marcar o centenário da constituição da Guarda Nacional Republicana, Rui Pereira salientou as competências da GNR ganhas mais recentemente, como a protecção do ambiente e as missões internacionais.
O comandante-geral da Guarda afirmou que, "apesar da crise", os portugueses podem continuar a contar com a GNR nas suas missões.
