O fundador da UGT Torres Couto anunciou, este sábado, o apoio à candidatura para a liderança do PS de Francisco Assis, sublinhando as suas qualidades para estar à frente do partido que tem de ser "construído quase do zero".
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"O futuro do PS terá que ser construído quase do zero", defendeu Torres Couto, considerando que na liderança socialista é necessário ter "postura antítese" àquela que houve nos últimos seis anos.
Considerando que Francisco Assis tem "qualidades e condições" para desempenhar essa tarefa, Torres Couto enalteceu a trajectória política do líder parlamentar socialista, recordando a forma "brilhante" como esteve à frente da bancada do PS.
Antes disso, lembrou ainda, Francisco Assis foi um "deputado notável" no Parlamento Europeu e teve um "comportamento eticamente louvável" quando foi a Felgueiras para se demarcar da candidatura autárquica de Fátima Felgueiras.
"Nos momentos decisivos esteve sempre lá", frisou.
Mais recentemente, continuou, Francisco Assis "teve a inteligência de, sem traições, se demarcar de uma deriva mais autoritária" do PS, nomeadamente quando os socialistas decidiram "declarar guerra ao Presidente da República" depois do discurso do chefe de Estado na tomada de posse do segundo Governo de José Sócrates.
Destacando igualmente a forma como o líder parlamentar "contrariou a tendência mais inflexível" de José Sócrates aquando das negociações do chamado PEC IV, Torres Couto resumiu a sua apreciação politica de Francisco Assis como sendo "muito positiva".
Pelo contrário, "António José Seguro esteve sempre afastado, esteve sempre na retaguarda", notou ainda o fundador da UGT.
Sublinhando que não é "um barão" do PS, mas um "simples militante de base", Torres Couto defendeu ainda a necessidade do PS de fazer uma "profunda reflexão política", considerando que o partido terá de "levar a cabo uma revolução de cima até baixo do aparelho do partido".
"O aparelho é o pior que o partido tem", criticou, considerando que esse mesmo aparelho tem funcionado como um autêntico "sindicato de voto", que tem levado ao "enviesamento da democraticidade" dentro do próprio PS.
"Francisco Assis não tem o aparelho às costas", salientou, insistindo que o líder parlamentar tem todas as condições para protagonizar uma alteração do modelo e da estrutura de funcionamento do partido.
Torres Couto garantiu, contudo, que se não for Francisco Assis a vencer a 'corrida' à liderança do PS, a partir de 23 de Julho, dia das eleições internas, vai estar "ao lado incondicionalmente do vencedor".
Além de Francisco Assis, também António José Seguro é candidato à sucessão de José Sócrates, que anunciou a saída do cargo de secretário-geral do PS na sequência da derrota nas legislativas de 5 de Junho.