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O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou que existe em Portugal "um quarteto" composto pelo Presidente da República, PSD, PS e CDS.
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"Só temos 'troika' em Portugal se considerarmos que o Presidente da República é o padrinho. Se assim não for temos um quarteto, composto pelo PSD, PS, CDS e Presidente da República", afirmou, esta quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) e secretário-geral da FENPROF, em Viseu.
Na conferência de apresentação das Jornadas do SPRC, que arrancam hoje e decorrem até sexta-feira, Mário Nogueira sublinhou que o país está "à beira de uma situação catastrófica", servindo-se do exemplo do que se vive na Grécia um ano depois de terem sido introduzidas as medidas internacionais impostas pela 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
"Nós não estamos para isso, temos de começar já a reagir. E só há uma forma de reagirmos: é não nos resignarmos e irmos para a luta exigindo respeito pelos nossos direitos", sustentou.
Sobre o programa do actual Governo, Mário Nogueira sublinha que o seu conteúdo é "mais que desgraçado", chegando mesmo a ser "pior do que o do Governo anterior".
Para o presidente do SPRC, a pior coisa que os portugueses podem fazer "é silenciarem-se e esmagarem-se", prometendo por isso "denunciar as malfeitorias que pretendem fazer ao país".
"Ataque violento à escola pública"
Aos jornalistas, Mário Nogueira disse ainda que no campo da Educação, o programa do Governo tem uma matéria que considera "constitucionalmente duvidosa". O dirigente sindical afirmou que o Executivo "tenta pôr o privado ao mesmo nível que o público", o que considerou "um ataque violento à escola pública".
Mário Nogueira afirmou ainda que, no arranque do próximo ano lectivo, vão ser encerrados cerca de 30 mil horários. "Não são 30 mil professores, mas podem ser cerca de 20 mil. Este problema pode ir muito além dos professores contratados e entrar nos quadros", esclareceu.
O secretário geral da FENPROF considerou ainda que "começa a ser tardio o prazo para que o ministro da Educação se apresente às tropas".
Segundo o responsável, no dia seguinte à posse do novo Governo foi solicitada uma reunião urgente ao ministro Nuno Carto, mas esta ainda não foi agendada.
