A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia considerou, esta sexta-feira, que os polícias vão ficar "duplamente" prejudicados com o congelamento das progressões no regime remuneratório e ameaçou com formas de luta caso o Governo "não cumpra a lei".
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No âmbito da avaliação conjunta feita com a 'troika', o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou que irá congelar a partir de Setembro as progressões previstas no regime remuneratório para o Ministério da Administração Interna e Ministério da Defesa.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à Lusa que "ainda não se sabe muito bem" o que o Governo pretende com a medida, considerando que por detrás deste anúncio poderá estar o congelamento do regime remuneratório, que já devia ter entrado em vigor há mais de um ano.
"É um problema enorme, porque não se está a cumprir com a lei e vai continuar-se com as injustiças com os mais novos a ultrapassar os mais antigos nas categorias", sustentou.
O presidente do sindicato mais representativo da PSP defendeu que o Governo "antes de fazer o congelamento das progressões no regime remuneratório, devia colocar todos os polícias nas posições remuneratórias previstas na lei".
O estatuto profissional, que entrou em vigor em Janeiro de 2010, estabelecia novas posições remuneratórios para os polícias, mas apenas os que progrediram na carreira em 2010 ficaram colocados nos novos escalões, tendo ficado de fora, segundo a ASPP, cerca de 2700 elementos da PSP.
Esta situação está a fazer com que elementos policiais colocados na mesma carreira e categoria tenham vencimentos diferentes, nomeadamente elementos mais novos a auferirem um vencimento superior aos mais antigos.
"Não aceitamos que os polícias estejam neste momento a ser duplamente prejudicados", disse Paulo Rodrigues, adiantando que o "problema foi agravado" com o anúncio de hoje.
Nesse sentido, exigiu que o Governo "esclareça muito bem que tipo de impacto vai ter esta medida no estatuto remuneratório dos polícias".
Caso os polícias sejam "duplamente prejudicados", o sindicato admite acções de protesto, tendo já os órgãos sociais da ASPP uma reunião prevista para Setembro, que poderá ser antecipada se a situação se agravar.