A ministra da Agricultura afirmou quinta-feira que há ajudas disponíveis para os vitivinicultores de Palmela, que prevêem uma quebra da produção de vinho de 80%, devido ao problema do míldio e condições climatéricas adversas.
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"A Direcção-geral de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, que abrange esta região, já esteve a fazer visitas no terreno, mas é preciso esperar pela época das vindimas, para poder fazer uma declaração e um relatório final sobre os prejuízos", disse Assunção Cristas, que falava aos jornalistas durante uma visita às Festas das Vindimas, em Palmela.
Acompanhada pela presidente da Câmara Municipal, Ana Teresa Vicente (CDU), a ministra foi confrontada com um protesto de dirigentes da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, que reclamam apoios do Governo para fazer face à quebra de produção.
Assunção Cristas garantiu que há alguns apoios disponíveis, seja através de uma linha de crédito ou do Sistema Integrado de Protecção contra as Aleatoriedades Climáticas (SIPAC), para os problemas resultantes das condições climatéricas adversas, mas reconheceu que é mais difícil dar resposta à questão do míldio.
"Há um apoio que está em aberto para os agricultores, uma linha de crédito de 50 milhões de euros, da qual apenas 6,5 milhões de euros foram gastos, e há uma parte que pode ser coberta pelos seguros, pelo regime do SIPAC, no que tem a ver com as chuvas torrenciais", especificou.
"A questão do míldio é mais difícil, porque não é coberta pelo SIPAC, mas vamos ver o que pode ser feito. É preciso esperar pela avaliação final", disse.
Confrontada com o protesto dos vitivinicultores do Douro, que na quarta-feira tentaram forçar a entrada na sede do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), na Régua, para exigirem um aumento do preço do vinho ao produtor, Assunção Cristas afirmou que o problema resulta do excesso de produção do ano passado.
"Estamos muito solidários com as preocupações dos lavradores durienses. Sabemos que o que foi feito este ano pela Comissão e pelo Conselho Interprofissional foi uma tentativa de correcção rápida de um erro que foi cometido o ano passado com o excesso que foi as 110 mil pipas", disse.
"Lamentamos, mas estamos a acompanhar muito de perto e a procurar soluções mais profundas para o problema do Douro. O secretário de estado das Florestas, que também tem com ele a matéria do Douro esteve lá, na Feira de Carrazeda de Ansiães, e esta sexta-feira vai receber no Ministério da Agricultura representantes da produção e as Câmaras", acrescentou.
A ministra disse ainda que está preocupada a degradação do ambiente cooperativo no Douro, mas assegurou que está empenhada em encontrar soluções, para "resolver os problemas de fundo num espírito de diálogo e abertura".