O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou, este domingo, uma eventual fusão dos serviços de informações e afirmou que esta concentração visa "assegurar o controlo partidarizado e governamentalizado" e "esconder ilegalidades".
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No encerramento da Festa do Avante, Jerónimo de Sousa abordou o tema das 'secretas' para dizer que está em curso um "ataque a direitos, liberdades e garantias e de descaraterização do regime democrático que prossegue em áreas tão sensíveis como os serviços de informações".
Para Jerónimo de Sousa, existe uma "ofensiva do actual Governo para concentrar ainda mais estes serviços" com o intuito do "seu estrito controlo partidarizado e governamentalizado, para esconder com a invocação do segredo de Estado todas as ilegalidades, nomeadamente a escuta e intercepção de comunicações de jornalistas ou a intimidação de magistrados".
No seu programa eleitoral, o PSD propõe a existência de um único serviço de informações, com duas direcções, uma externa e outra interna.
Com a aplicação desta medida, os atuais Serviço de Informações de Segurança (SIS) e Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) passariam a constituir um só organismo.
O líder do PCP referiu-se também às notícias das últimas semanas a envolver o ex-director do SIED, Jorge Silva Carvalho, e à alegada utilização do serviço para investigações ilegais, acusando PS, PSD e CDS-PP de manterem uma "sua aliança estratégica" e "impedirem o esclarecimento da verdade", impondo "o vazio e o logro na fiscalização do Sistema de Informações, enquanto preparam a sua concentração".
Na sua longa intervenção, Jerónimo falou ainda num "ataque generalizado que nestes últimos tempos se alargou também de forma inadmissível à instituição militar e às forças de segurança para criar a ideia no povo de que ali se vive num verdadeiro regabofe".
"Quase todos os dias se fazem difundir notícias sobre milhões de dívidas por parte da instituição, bem como pela PSP e GNR", criticou.