
MIGUEL RIOPA/AFP
António José Seguro prometeu, no domingo, um novo projecto "cujo eixo central é o PS, mas que não excluirá ninguém". Por isso, lançou "um apelo muito claro a todos aqueles que partilham os valores da esquerda democrática, do socialismo democrático e da social democracia".
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"Juntem-se a nós na criação deste novo projecto", pediu, no encerramento do congresso de Braga, a todos aqueles que "entendem que os alicerces do estado social estão a ser postos em causa". E a todos que queiram participar num projecto que garante estar "aberto a todos os sectores da sociedade".
No discurso, que foi mais curto do que aquele que proferiu na abertura do congresso, o secretário-geral socialista disse que o conclave marca "o início de uma nova caminhada para colocar o PS ao serviço dos portugueses".
"Partimos com humildade. A humildade de quem não sabe tudo, que aprende com os seus próprios erros e que está determinado a fazer política em nome das causas", garantiu.
Seguro prometeu ainda uma oposição "firme, responsável e construtiva". E reclamou de Passos Coelho uma posição sobre a proposta socialista para que seja alargado o imposto extraordinário às empresas com lucros superiores a dois milhões de euros, em alternativa à subida anunciada do IVA do gás e da eletricidade de 6% para 23%.
Fim do subsídio a "duas das maiores empresas"
Em alternativa ao aumento "brutal" do IVA, destacou Seguro, o grupo parlamentar do PS irá entregar, nos próximos dias, na Assembleia uma proposta que prevê "um regime mais justo e fiscalizado dos subsídios à produção de electricidade através da co-geração". E "bastariam duas alterações para que os consumidores poupassem por ano, no mínimo, 130 milhões de euros".
"É verdade, deixariam de ser subsidiadas duas das maiores empresas portuguesas. Mas ganhariam todos os consumidores", garantiu o líder socialista.
Do mesmo modo, anunciou que, até ao final do mês, o PS iniciará um conjunto de reuniões com "representantes dos operadores judiciários, forças políticas, investigadores e demais interessados" para estabelecer um compromisso nacional de combate à corrupção.
O líder adiantou, igualmente, que o partido "vai adoptar um código de ética para o exercício de funções públicas".
"Todos os membros do Secretariado Nacional do PS assinarão, tal como eu, um compromisso de honra de que respeitarão esse código de ética".
Mário Soares será, entretanto, o presidente das comemorações dos 40 anos da fundação do partido.
