
Ao fundo, a viatura acidentada dos suspeitos do homicídio
João Santos/Global Imagens
A Polícia Judiciária (PJ) de Leiria continua a tentar perceber as razões que levaram três homens a esfaquear no peito um desconhecido, em plena área de serviço da A23, nas Mouriscas, Abrantes. As imagens das câmaras de videovigilância poderão ajudar a investigação.
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Dois suspeitos, de 18 e 22 anos, foram detidos pela GNR após uma perseguição. O terceiro elemento, de 22 anos, entregou-se na Esquadra da PSP de Abrantes, cerca das 17.30 horas, onze horas após o crime.
Fontes policiais falam em motivos “fúteis e torpes” para a prática do crime. Tudo aponta para que uma troca de olhares entre Nelson Ferreira e os suspeitos tenha desencadeado a agressão. Terá sido o rapaz de 18 anos o autor da agressão.
O que se sabe de concreto é que o camionista, com residência em Salvaterra de Magos, decidiu parar na área de serviço das Mouriscas, na A23, e fazer uma pausa no percurso que o levaria até França. Estacionou o camião TIR – carregado de carcaças de animais e destinadas à confecção de rações – num pequeno espaço, lateral ao estabelecimento. Entrou, pediu um café e saiu. Segundo alguns populares, três indivíduos seguiram o camionista e começaram a agredi-lo.
Ao que tudo indica, Nelson, com cerca de 40 anos, terá oferecido resistência e fugido em direcção à auto-estrada. O seu corpo foi encontrado no chão, numa das vias de acesso à A23, do lado oposto ao local onde havia estacionado o seu veículo.
O crime terá ocorrido minutos depois das 6 horas; o alerta para os bombeiros de Abrantes foi dado pelas 6.19 horas. “Quando chegámos ao local, verificámos que a vítima já estava morta e apresentava sinais de ferimentos no peito feitos por uma arma branca”, contou o comandante dos bombeiros de Abrantes. Segundo António Manuel, os bombeiros “limitaram-se a preservar o local até à chegada da Polícia”.
Os inspectores da PJ de Leiria acabariam por encontrar, ainda durante a manhã e junto ao local do crime, a faca que terá servido para esfaquear o camionista. As imagens captadas pelas câmaras de videovigilância da área de serviço – já na posse da Judiciária – poderão ajudar a perceber o que realmente aconteceu. Responsáveis e funcionários do espaço recusaram contar o que se passou.
Detidos após perseguição
Após o crime, os três indivíduos fugiram num veículo de mercadorias branco. Uma patrulha do destacamento de Trânsito da GNR detectou a viatura e encetou uma perseguição rumo à zona industrial da cidade.
À entrada do Vale das Morenas, e após terem feito uma curva, o carro dos suspeitos despistou-se, embateu contra um muro e imobilizou-se no lado aposto da estrada, junto a um poste de electricidade.
Dois suspeitos foram detidos pelos militares da GNR, enquanto um terceiro conseguiu fugir. Com recurso a cães, os militares montaram uma verdadeira caça ao homem.
“Eles andaram ali nos cabeços mas não conseguiram encontrar ninguém”, assegura Virgínia de Jesus, 84 anos, que se apercebeu de pessoas a falar na sua rua, pelas 8 horas. “Vim à janela, vi dois homens junto aos polícias. O mais novo, que foi algemado, tratou muito mal os polícias”, assegurou.
Duas viaturas pesadas de mercadorias – a acidentada e outra pertença dos suspeitos – foram apreendidas pela Polícia.
