A acusação contra o condutor de Mário Mendes, um militar da GNR, responsabilizando-o integralmente pelo acidente em que ficou ferido o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, é contestada pela Associação Nacional de Oficiais da GNR que salienta, em comunicado, que a “marcha urgente de socorro” é feita “sob responsabilidade da entidade máxima que se faz transportar numa viatura”.
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Esta é a primeira posição oficial de uma estrutura ligada às forças policiais sobre o caso. Também a Associação de Cidadãos Automobilizados (ACA-M) contesta a decisão judicial e constituiu-se assistente no processo.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), tal como o JN noticiou ontem, concluiu a acusação e se considerou que o militar da GNR é o “único responsável pelo acidente”.
Segundo a PGDL, o militar ao serviço de Mário Mendes “violou grosseiramente regras de condução estradal, ignorando, designadamente, a obrigação de parar no sinal vermelho”.
Mas para os oficiais da GNR a “deslocação em marcha urgente de socorro só poderá ser justificada por circunstâncias e mediante determinação e sob responsabilidade da entidade máxima que se faz transportar numa viatura”, que, neste caso, seria Mário Mendes, que seguia para uma reunião de governadores civis no Ministério da Administração Interna.
A ANOG está solidária com o militar e contesta também o facto de haver centenas de militares da GNR e agentes da PSP a servirem de condutores de entidades oficiais, quando há tanta falta de elementos para funções policiais.
Também a ASPIG-Associação Sócio Profissional Independente da Guarda lembra, em apoio da ACA-M e no mesmo comunicado, que é “tradição que os detentores de cargos públicos nunca sejam acusados de pressionar os seus motoristas, de perverter a lei”.