Elementos policiais da esquadra da PSP em Faro recorreram à baixa médica, férias e assistência à família para protestar contra o novo regime de horários, mas o comandante Vítor Rodrigues garante que o serviço está assegurado.
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Dos 37 elementos policiais da 1.ª Esquadra Sede da PSP de Faro, "a maioria meteu baixa, assistência à família ou dias de férias como forma de protesto contra os horários propostos pela Direcção Nacional da PSP", disse, sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos, à Agência Lusa.
Entrevistado telefonicamente, o intendente Vítor Rodrigues, responsável pelo Comando de Faro, garantiu que "o serviço está assegurado por elementos da esquadra" e que "não há elementos de outras esquadras a tapar buracos".
Adiantou que "no Comando as coisas estão pacíficas. Não há um protesto generalizado e a maioria dos agentes não se revêem nesta posição de protesto", afirmou o intendente.
No grupo desta noite deveriam estar sete elementos da 1.ª esquadra a trabalhar, mas um dos elementos está de férias, outro meteu assistência à família e dois baixa médica, ficando três a trabalhar.
O intendente Vítor Rodrigues disponibilizou-se para o diálogo de novas propostas: "sempre se falou e estou aberto ao diálogo".
Um dos elementos policiais da esquadra de Faro que aderiu ao protesto, mas que prefere reservar a identidade, contou à Agência Lusa: "Os horários que nos são propostos não permitem conciliar a vida profissional com a familiar. Estão a obrigar-nos a trabalhar oito dias seguidos e a descansar dois e só temos um fim-de-semana de quatro em quatro meses".
Segundo António Ramos, "há polícias a fazer dois turnos num dia e a ficar a dever 70 horas à PSP", horas essas que podem ser trabalhadas quando o comando assim o exigir.
A acção de protesto da PSP de Faro começou sexta-feira às 14 horas e vai prolongar-se pelo fim de semana das eleições legislativas, com o objectivo de "permitir estabelecer um diálogo mais proveitoso com a cadeia hierárquica", contou à Agência Lusa um outro agente da PSP, que também prefere não ser identificado, mas que aderiu à acção de protesto.
No final de maio passado, os polícias manifestaram-se em Lisboa contra o novo estatuto profissional, protesto que uniu pela primeira vez em 20 anos as nove estruturas sindicais da PSP.
O atraso de colocação nos escalões remuneratórios ou a facto de faltarem viaturas para trabalhar, por haver meios avariados ou com falta de irem à inspecção, são outras das críticas levantadas.
Hoje há uma operação nacional de fiscalização e o intendente Vítor Rodrigues reiterou que o serviço está assegurado.
O protesto de agentes da PSP de Faro foi marcado após uma convocatória afixada num 'placard' da esquadra de Faro com o título "reunião de chá". Dessa reunião foi decidido avançar para um protesto recorrendo a baixas médicas, à semelhança dos agentes da PSP de Braga.