Os dois australianos detidos em Lisboa, na sexta-feira, por alegado tráfico de chifres de rinoceronte integram uma "rede internacional de grande dimensão", que utiliza Portugal como "placa giratória" desta actividade ilegal.
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"Mas estes chifres seguramente não foram furtados em Portugal", declarou aos jornalistas, em Coimbra, o director nacional adjunto da PJ, Rui Almeida.
Este responsável admitiu, no entanto, que "Portugal poderá ser uma placa giratória deste tráfico dos chifres de rinoceronte".
Os seis chifres que os dois homens tentavam exportar ilegalmente num voo com destino a Dublin, capital da Irlanda, têm um valor comercial que ronda os 500 mil euros. Segundo Rui Almeida, esta "é seguramente uma das maiores apreensões" destes objectos "feitas a nível internacional".
O mesmo responsável adiantou que as investigações realizadas "permitem relacionar estes indivíduos" com o furto, em Abril, de dois chifres do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra.
No entanto, "pelo peso e pelas características, estes não são os furtados em Coimbra, mas são semelhantes", disse, indicando que os seis chifres apreendidos "têm quase de certeza absoluta como destino a China, para fins medicinais".
Detidos são pai e filho
Nos últimos meses, foram registados 20 furtos de chifres de rinoceronte em países da União Europeia. Face a este problema, vários museus europeus "estão já a substituir os originais por réplicas".
Os dois australianos "estavam referenciados" pelas polícias internacionais, Europol e Interpol, pela sua presumível ligação a uma organização criminosa de receptação, furto e contrabando de chifres de rinoceronte.
"Este indivíduos seguramente que mantiveram contactos com outros indivíduos em Portugal, parecendo-nos que Portugal poderá ser uma plana giratória deste tráfico", afirmou Rui Almeida.
A PJ deteve na sexta-feira dois homens, pai e filho, de 63 e 31 anos, suspeitos de pertencerem a uma organização criminosa de receptação, furto e contrabando de chifres de rinoceronte.
Os suspeitos foram detidos no aeroporto de Lisboa quando se preparavam para embarcar num voo para a Irlanda. Os chifres de rinoceronte estavam escondidos nas malas.