
O líder do PS, António José Seguro, revelou, à saída da residência oficial do primeiro-ministro, que Passos Coelho convidou o PS para um debate sobre a forma de cortar 4 mil milhões de euros na despesa pública. Seguro recusou, disse que o acordo - e o problema - foi criado pelo Governo e Troika, que o devem resolver.
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"O primeiro-ministro propôs um debate sobre como cortar quatro mil milhões de euros na despesa do Estado", revelou António José Seguro, sem adiantar pormenores. "o convite foi formulado pelo primeiro-ministro, cabe a ele, se o entender, revelar esses detalhes", acrescentou.
"Não foi uma perda de tempo", disse António José Seguro, em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, à saída de um encontro com Pedro Passos Coelho, ao início da tarde desta segunda-feira.
"Tive a oportunidade de ouvir com mais pormenor a proposta do Governo e também de transmitir ao primeiro-ministro com detalhe as propostas do PS", disse António José Seguro.
"Reiterei a posição do PS, de que deve ser o Governo e a troika a encontrar uma solução para o problema que eles criaram, com a esta política de austeridade, e compete-lhes, Governo e troika, encontrar a solução para os cortes que acordaram, no âmbito da 5ª avaliação" ao processo de ajustamento, acrescentou.
O líder do PS disse que a questão da "refundação do Estado", agitada na semana passada por Pedro Passos Coelho, "não esteve em cima da mesa" neste encontro entre os líderes do Governo e do maior partido da Oposição.
"A necessidade de melhorar o Estado, de o tornar mais eficaz,. mais eficiente, mais próximo e mais amigo das pessoas e das empresas é um desafio constante, para o qual o PS está sempre disponível, mas que não pode substituir a urgência do debate sobre a situação das pessoas, sobre as dificuldades por que passam muitos portugueses", disse o líder do Partido Socialista.
Seguro disse que reafirmou a posição do PS, conhecida "há mais de um ano", de que "é preciso mais tempo, juros mais adequados e condições para um ambiente propício ao desenvolvimento económico", em vez de mais austeridade.
Mesmo assim, o secretário-geral do PS frisou que o seu partido "valoriza o diálogo institucional, político e social".
"Hoje mesmo [durante a tarde], terei reuniões com a CGTP-IN e com a UGT para discutirmos a situação social do país", referiu.
Nas declarações que fez aos jornalistas, o líder socialista salientou que o diálogo institucional "é um pilar da democracia", razão pela qual se deslocou a São Bento para ouvir o que o primeiro-ministro "tinha para transmitir".
