O BE considerou que os dados conhecidos, esta quinta-feira, da dívida pública são a consagração de que esta é insustentável e urge reestruturá-la, destacando que o aumento no primeiro trimestre do ano equivale ao que se gasta com o SNS.
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A dívida pública portuguesa subiu para os 132,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do primeiro trimestre, acima dos 129% registados no final de 2013, segundo o Banco de Portugal.
"São a prova de que não só não estamos a ter nenhuma consolidação orçamental como nenhuma das metas do memorando está a ser cumprida e portanto a consagração daquilo que temos dito há muito tempo: esta dívida é insustentável", reagiu aos jornalistas, em Coimbra, a cabeça de lista do BE às eleições europeias, Marisa Matias.
De acordo com a eurodeputada, "mesmo quando o Governo dizia que iria aumentar até 114% o PIB em 2013 e depois começar a descer, eis a prova: no primeiro trimestre de 2014 não faz outra coisa se não aumentar e vai continuar a aumentar".
"Estamos a pagar em juros da dívida o montante que não é sequer sustentável também. A dívida aumentou no primeiro trimestre do ano o equivalente ao que se gasta com o Serviço Nacional de Saúde em Portugal", comparou.
Na opinião de Marisa Matias, a "urgência da reestruturação da dívida torna-se mais evidente a cada dia que passa".
"[Estes dados] vêm dar razão ao BE e vêm dar razão a todas as pessoas que se têm juntado em torno da proposta da reestruturação da dívida, da esquerda à direita, e que têm estado a criar um consenso na sociedade", defendeu.
Na opinião da bloquista, "todos aqueles que recusam discutir a reestruturação da dívida", apesar de não serem capazes de desmentir que ela é insustentável, "vão percebendo que se torna cada vez mais evidente que estas receitas da austeridade só provocam mais recessão, o aumento da dívida e do desemprego".