A mulher que foi assassinada em Torres Vedras, por asfixia e amarrada à cama, ia enviar dinheiro para o Brasil para ajudar uma das filhas que ia ser operada ao estômago. Miriam da Costa Nunes, de 54 anos, que era prostituta, foi descoberta pelas autoridades no apartamento onde vivia e recebia os clientes.
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Os contatos de clientes da prostituta assassinada em Torres Vedras e o seu perfil estão a ser, entretanto, investigados pela PJ de Lisboa, para tentar chegar ao responsável ou responsáveis do crime. É que a porta não foi arrombada nem foram encontrados outros sinais de ter havido confrontos no apartamento, daí que a PJ acredita que a autoria do crime tenha sido de alguém que tinha relacionamento com a vítima.
A última vez que Miriam contatou com a família em S. Paulo, foi cerca das 16 horas de terça-feira, quando fez uma chamada para a mãe, mas segundo a irmã, Marisa, adiantou ao JN em contato telefónico, "ela estava bem. Foi ela quem ligou e fazia-o sempre, com regularidade".
Segundo soube o JN, foi nessa tarde também que Miriam esteve num café da Avenida Humberto Delgado, onde vivia, com uma mulher brasileira e dois homens, com quem tinha relações de amizade, um encontro que a PJ também está a seguir, assim como uma outra mulher a quem Miriam teria empresatdo dinheiro há dois ou três meses.
Em causa estão também as chamadas telefónicas feitas e recebidas pela vítima, em particular na terça-feira, um deles particular e outro de serviço, que servia para atender os clientes. Marisa garantiu ao JN que ninguém da família sabia que ela prostituta e julgavam que ela "trabalhava normalmente, estamos todos chocados, por tudo. É muito mau".
A família só começou a suspeitar de que algo estava mal quando na quarta-feira foram feitas insistentes chamadas para o telemóvel de Miriam "e ela não atendeu. Era muito estranho, a filha ia ser operada ao estômago e ela ia mandar o dinheiro para ajudar e nunca deixaria de telefonar para saber como estava a filha e ver se estava tudo bem Marisa confirmou que a irmã enviava com regularidade dinheiro para o Brasil, assim como o investimento em ouro, e já tinha dito à família que iria regressar no final do ano.
"Ela dizia que isso aí em Portugal estava a ficar muito mau". A família, que está toda em S. Paulo, está à espera que se cumpram as formalidades legais para levar o corpo para o Brasil. Miriam estava em Portugal há seis anos e embora tivesse nascido no Brasil era filha de pai português - do Porto - razão pela qual tinha nacionalidade portuguesa.