Duas mulheres foram mortas, este domingo, na região de Lisboa. Maria Manuela Ambrósio foi assassinada pelo ex-marido, de manhã, na Amadora, com um tiro na cabeça, quando abria o café de que era proprietária. Mais tarde, cerca das 22.30 horas, uma mulher de 20 anos foi baleada a tiro de caçadeira, em Alcochete, alegadamente pelo namorado e teve morte imediata.
Corpo do artigo
O crime violento em Alcochete, ao que o JN apurou, terá sido cometido pelo namorado, que se colocou em fuga.
Eram cerca das 22.30 horas quando a vítima, que circulava na rua, junto ao Intermarché da cidade, foi surpreendida pelo namorado, que a atingiu com um tiro de caçadeira no rosto. A jovem teve morte imediata, segundo confirmou a GNR.
Ao que apurámos, o crime terá sido presenciado por várias testemunhas, que foram ouvidas pelas autoridades.
A GNR e a Polícia Judiciária foram chamadas ao local e montaram já uma caça ao homem. Desconhecem-se os motivos que terão estado na origem deste ato de violência.
Crime na Amadora
Uma mulher, de 48 anos, foi assassinada, na Amadora, pelo ex-companheiro, taxista, com um tiro na cabeça, quando estava a abrir o café de que era proprietária. O agressor entregou-se depois à PSP.
O homicídio ocorreu pouco antes das oito horas de ontem, no Bairro do Zambujal (Amadora), e foi o próprio agressor quem deu o alerta à PSP, ao entregar-se na esquadra de Alfragide. Ali, confessou o crime e entregou a arma com que tinha cometido o crime.
Aparentemente, o agressor queria viver com a vítima, não obstante estarem separados há 11 anos, mas ela recusava. A arma do crime é um revólver calibre .22, ilegal.
A vítima, Maria Manuela Ambrósio, teve morte imediata. O homicídio apanhou toda a gente de surpresa, tanto mais que, como afirmou, ao JN, Isabel Ambrósio, irmã da vítima, "eles eram amigos. Saíam muito juntos. Chegavam a ir juntos às compras".
No entanto, o agressor, José Henriques, taxista de 50 anos, queria viver com a ex-companheira. "Mas a minha irmã não queria", diz Isabel. Manuela, de alcunha "Xoxó", tinha vivido com José, de quem teve uma filha em comum, hoje com 19 anos. Mas há 11 anos separaram-se.
Tinham, porém, uma relação de amizade, encontrando-se com frequência.
"Ainda no sábado tinham estado juntos na festa de aniversário de uma sobrinha", adiantou um familiar ao JN.
Mas a relação não era isenta de problemas. "Ele ameaçou-a de morte várias vezes. Dizia que tinha uma arma e que a matava", recordou Filomena Vargas, que conhecia ambos.
Manuela nunca ligou e dizia que aquilo não era nada, nunca tendo apresentado queixa às autoridades.
O caráter de José Henriques, que Filomena diz ser "um bom homem e muito trabalhador", ter-se-á alterado na sequência de um internamento devido a um problema de pulmões. "Tinha saído há dois meses do hospital", contaram.
A rotina de sair com a antiga companheira manteve-se e era visto também com frequência no café de Manuela, de nome "Café da Nela".
"Ainda anteontem lá tinha estado", recordou João Silva, que o via muitas vezes no estabelecimento. "Não notei nada de diferente nem de estranho no comportamento dele", acrescentou o amigo.
Mas este domingo de manhã, pouco depois do homicídio, Vítor Silva veio a saber por um vizinho que o agressor fora visto "dentro do carro, em frente à porta de casa da "Xoxó". Foi visto já de madrugada. Deve ter passado lá a noite".
Horas depois, fora ter com ela à porta do café, quando Manuela estava ainda a subir o gradeamento.
Houve uma discussão, o taxista matou-a e foi entregar-se à PSP.