O padre José Miguel Pereira, 40 anos, pároco de Apúlia, em Esposende, encontrado morto na sua casa com uma faca junto ao pescoço, terá morrido ao tentar fazer um golpe na traqueia para conseguir respirar, na sequência de uma infeção respiratória aguda.
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José Miguel vivia sozinho na casa paroquial e "foi encontrado morto, na cozinha, com uma faca", ao início da noite de terça-feira, disse ao JN fonte da Diocese de Braga.
Fonte da PJ adiantou que o padre não foi visto durante todo o dia de terça-feira. Pelas 21.30 horas, familiares dirigiram-se à casa paroquial. Alguns membros do grupo coral que, naquela altura, ensaiavam na igreja, acompanharam os familiares do padre. Ao entrarem em casa encontraram o padre na cozinha, com uma faca no pescoço, já sem vida, o que levantou as suspeitas de crime.
Contudo, o padre estaria a cozinhar e quando começou a sentir falta de ar e dificuldades respiratórias terá tentado, no desespero, fazer um golpe na traqueia para tentar respirar (traqueotomia).
Era sabido na freguesia que o padre Miguel, como era conhecido, tinha problemas pulmonares, tendo até estado, entre outubro e dezembro, internado com uma pneumonia.
No sábado passado, após um funeral e a missa vespertina, na igreja paroquial da Apúlia, o padre teve uma recaída e já não conseguiu celebrar mais nenhuma eucaristia. No domingo, foi já outro padre a presidir à missa dominical.
O corpo do padre Miguel, pároco também em Rio Tinto, Esposende, foi encontrado "já muito frio, de barriga para cima", contou António Neiva, do grupo coral. "Havia jornais no chão e as cadeiras não estavam no sítio, mas deve ter sido ele com a aflição de não conseguir respirar", acrescentou.
A versão de infeção respiratória aguda foi confirmada a António Neiva e também ao presidente da União de freguesias de Fonte Boa e Rio Tinto, Carlos Escrivães, pelo médico de Rio Tinto, João Carlos, que falou com o responsável pela autópsia, do Hospital de Viana do Castelo. Contudo, ainda não foi revelado o relatório da autópsia.
A morte do antigo diretor do jornal "Diário do Minho" deixou em choque a diocese bracarense. D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, afirmou esta manhã que se iria pronunciar sobre o caso, até agora ainda nada disse.