O líder parlamentar do Bloco de Esquerda considerou sexta-feira que a queda na colocação de professores "é um enorme despedimento coletivo na educação", alertando que os números do desemprego divulgados "estão abaixo da realidade".
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À margem da abertura do fórum "Socialismo 2012", que sexta-feira começou em Santa Maria da Feira e decorre até domingo, Luís Fazenda foi questionado pelos jornalistas sobre a queda do número de professores colocados, que segundo as contas da Fenprof representa uma redução de 40,5% face ao ano passado.
"É um enorme despedimento coletivo na educação, mas infelizmente é apenas um dos casos, porque nós estamos a ter contacto com essa realidade em muitos setores da vida portuguesa, não só nos serviços públicos, mas também na economia privada", respondeu.
Segundo o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, "o desemprego galopante é uma realidade que veio para ficar, infelizmente", e, por isso, Portugal "não pode ficar refém do fundamentalismo da 'troika'" e "tem que mudar de política".
Luís Fazenda foi ainda questionado sobre os números do desemprego hoje divulgados pelo Eurostat, que revelou que taxa de desemprego em Portugal atingiu os 15,7% em julho, valor idêntico a junho, enquanto na Zona Euro e no conjunto da União Europeia se manteve nos 11,3 e 10,4%, respetivamente.
"Os números do desemprego que têm vindo a ser divulgados por várias entidades e organismos especializados estão abaixo da realidade. Hoje é comummente aceite que o desemprego real em Portugal andará a rondar 20%, 1 milhão e 200 mil pessoas", disse.
Na opinião do bloquista, "é o fracasso da política governativa, o fracasso da receita austeritária, tudo aquilo que tem vindo a ser impulsionado pela 'troika'".
"É tempo para parar, mudar a política económica, não há outra maneira de enfrentar este problema. É preciso renegociar a dívida, é preciso rasgar este memorando com a 'troika', encontrar outro caminho", defendeu.
Segundo o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, "o otimismo do primeiro-ministro no Pontal", quando Pedro Passos Coelho disse que em 2013 já não haverá recessão, "é uma afirmação deslocada da realidade, completamente fora daquilo que é a vida do país".