
Pelo segundo ano consecutivo, as instituições de Ensino Superior vão receber menos alunos. O número de colocados é, aliás, o mais baixo desde 2006, depois de o de candidaturas ter sido o mais baixo dos últimos cinco anos e o de vagas disponibilizadas ter recuado aos níveis de 2009, representando a primeira quebra na oferta desde 2003.
Este ano, foram admitidos na primeira fase do concurso nacional de acesso 40415 estudantes - menos 1828 do que em 2011 e menos 5177 do que há dois anos.
Ainda assim, 90% dos 45 mil candidatos ficaram colocados na primeira fase, com mais de metade (54%) a conseguir ser admitido na primeira opção e 87% numa das três primeiras preferências.
Para a segunda fase, que arranca amanhã e termina dia 21, sobraram mais de 12 mil vagas - mais 368 do que em 2011, sendo o número mais elevado desde 2005. A maioria dos lugares pertence a cursos do Ensino Politécnico, já que cerca de metade desses institutos ficaram com mais de 50% das vagas por preencher.
A Universidade do Porto voltou a conseguir a mais alta taxa de colocação (99%). O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa preencheu 96% das vagas e as universidades Técnica e Nova de Lisboa 95%. A Universidade do Algarve é a que tem maior percentagem de vagas por preencher (33%). No Ensino Politécnico, o Instituto de Tomar tem apenas 27% dos lugares ocupados.
Medicina volta a liderar
Medicina volta a dominar o "top" de cursos com notas mais elevadas de entrada - seis entre dez. Os cursos lecionados na Universidade do Porto (UP) e no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar lideram esse ranking com os últimos alunos a entrarem com média de 18,3. As exceções a esse domínio são Arquitetura e Bioengenharia, na UP, Medicina Dentáriam, em Coimbra, e Engenharia Biomédica, na Técnica de Lisboa, com médias entre os 18,1 e 17,7.
Em 28 cursos - oito do ensino universitário e 20 do politécnico - a nota de acesso foi negativa. A mais baixa foi de 9,5 nos cursos de Marketing (na Beira Interior) e Gestão de Recursos Humanos (na Técnica de Lisboa); Educação Básica e Design de Jogos Digitais, no Instituto Politécnico de Bragança; Desporto e Marketing no Instituto de Santarém e Gestão e Informação no de Viseu."
57 cursos sem alunos
Com o número de vagas novamente superior ao de candidatos, 57 cursos (7 nas universidades e 50 nos politécnicos) ficaram com todos os lugares por preencher -14 deles de Engenharia Civil. E 203 (179 dos institutos politécnicos) têm menos de 10 alunos colocados. O número total de admissões ao Ensino Superior só ficará concluído após as segunda e terceira fases de acesso e os alunos admitidos através de concursos com vagas próprias, como os concursos locais, em instituições de ensino militar e policial, para maiores de 23 anos ou regimes específicos de acesso. À segunda fase podem concorrer os não-colocados e os que não reuniam condições na primeira fase. v
