A primeira exploração submarina de minerais junto a chaminés hidrotermais submarinas foi agora começada pela China, no Oceano Índico. É a prova do interesse por este tipo de recursos, que cientistas portugueses já assinalaram sob as águas do nosso Atlântico.
Corpo do artigo
Ouro e cobre são apenas alguns dos minerais que a China foi autorizada pelas Nações Unidas a explorar, numa zona de fundo marinho definida como de domínio internacional. Os outros objectivos desta mineração feita junto a chaminés hidrotermais (formações onde a água é expelida a alta temperatura) são as terras raras. Estes últimos elementos foram assinalados pelo menos na zona dos Açores pelas missões científicas da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
Segundo Manuel Pinto de Abreu, chefe da EMEPC, os dados do último cruzeiro científico revelaram "amostras com bons teores de cobalto e terras raras". O mesmo cientista explicou, ao JN, que as terras raras "têm elevado valor económico para o fabrico de material informático, novos compostos e ligas".
O cruzeiro científico que hoje parte do Funchal para as Ilhas Selvagens vai ter uma segunda fase de operações durante Julho. Então, as fontes hidrotermais dos Açores vão ser novamente esquadrinhadas e o robô submarino Luso recolherá novas amostras. As terras raras têm sido apenas um dos potenciais de riqueza submarina destacados por este trabalho, que sustenta não só a candidatura portuguesa à extensão da plataforma continental junto da ONU, mas pretende fornecer bases à Estratégia Nacional do Mar.
Além dos desígnios oficiais ali traçados, visando o aproveitamento de recursos, foi formado o Fórum Empresarial da Economia do Mar, agregando 42 empresas, "interessadas em atrair investidores nacionais e estrangeiros para a exploração da enorme riqueza do fundo marinho", segundo disse, ao JN, Fernando Ribeiro e Castro. Como secretário-geral do referido fórum, ele considera que o avanço da China neste tipo de exploração "é uma boa notícia", pois exemplifica o tipo de exploração industrial dos recursos que têm vindo a ser assinalados na nossa plataforma continental.
