Uma "situação dramática". A Federação Nacional dos Professores caracteriza assim os números de uma primeira análise às listas de colocações publicadas, esta quarta-feira, pelo Ministério da Educação e que deixa 37 mil professores sem lugar para dar aulas, este ano lectivo.
Corpo do artigo
A Federação Nacional dos professores (Fenprof) revelou em comunicado os resultados de "uma primeira e muito geral leitura" dos números. Do total de 50 mil candidatos, ficaram cerca de 37 mil docentes sem emprego e 12.817 colocados a contrato para o ano lectivo 2011/2012, menos 4459 do que no ano lectivo anterior.
Dos candidatos que ficaram sem colocação, 1300 tinham-se candidatado ao "horário zero", 300 que tinham pedido destacamento por condições de doença ou acompanhamento de familiares e os restantes 37 mil que se candidataram a contrato.
Os docentes que conseguiram lugar, 8015 foi por renovação, 2300 por nova contratação para horários completos e anuais e 2502 para horários incompletos.
Das contas ficaram fora, ainda, cerca de 5 mil professores com habilitação própria que não se puderam candidatar e os professores dos Açores.
Perante os números, a Fenprof alerta os professores não colocados para não abdicarem de reclamar o "pagamento de compensação por caducidade" dos contratos.
A Fenprof argumenta que dezenas de milhares de professores no desemprego é uma "amputação" em "recursos humanos necessários a serviços públicos" e não resultam de "qualquer corte feito à 'gordura' do Estado".
Os sindicatos culpam as "medidas tomadas pelo Governo de Sócrates e mantidas pelo de Coelho/Portas".
Nuno Crato, Ministro da Educação, já tinha advertido para o facto de ser "inevitável" que menos professores ficassem colocados este ano lectivo, resultado dos cortes financeiros no sector.
Em resposta, a Fenprof avisa que "inevitável só mesmo a luta".
