
Um estudo do astrónomo Polychronis Papaderos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, levou-o a questionar o que tem sido dado como adquirido quanto à formação e evolução de galáxias, anunciou aquela instituição científica.
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"Grande parte do que se sabe sobre formação e evolução das galáxias poderá ter de ser revisto", afirma o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), explicando que Polychronis Papaderos chegou àquela conclusão após usar o telescópio espacial Hubble, durante três dias, para obter dados "com uma resolução e sensibilidade sem precedentes" da galáxia I Zw 18 - a chamada galáxia anã.
Para as galáxias mais distantes, onde não é possível atingir a resolução necessária para distinguir entre a emissão do gás e das estrelas, assumia-se que o gás ocupava a mesma região que as estrelas e que estas últimas eram responsáveis por emitir quase toda a luz observada.
No entanto, este estudo mostrou que as galáxias que estão a atravessar um surto de formação estelar, à semelhança da galáxia anã, podem não obedecer a esta regra, assinala o CAUP.
"Este resultado poderá levar a correções significativas em muito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em astronomia extragalática e cosmologia", acrescenta.
Um exemplo disto é o cálculo da massa correspondente a estrelas numa galáxia, que tem sido calculada a partir da luminosidade total, quando o estudo de Papaderos vem sublinhar que até 50% dessa luminosidade pode corresponder à emissão nebular e não a estrelas.
