
No final de 2011, mais de 18700 pessoas estavam condenadas à morte e, durante o ano, pelo menos 676 foram executadas em todo o mundo, de acordo com um relatório da Amnistia Internacional.
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O relatório "Pena de Morte em 2011" da Amnistia Internacional (AI) refere que "cerca de 18750 pessoas estavam no corredor da morte no final de 2011", ano em que "pelo menos 676 foram executadas, em 20 países" [dos 198 que há no mundo].
A maioria das execuções ocorreram na Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, EUA, Iémen, Irão, Iraque e Somália, refere o documento, adiantando que a China "executou mais pessoas do que o conjunto dos restantes países do mundo - a verdadeira extensão do uso da pena de morte na China é desconhecida, uma vez que os dados são segredo de estado".
No Médio Oriente o número de execuções confirmadas aumentou quase 50%, o que significa que foram executadas mais 149 pessoas em 2011 do que no ano anterior, devido ao aumento "acentuado" das execuções na Arábia Saudita, Irão e Iraque.
O relatório refere que no Irão foram sujeitas à pena de morte três pessoas por crimes que cometeram quando tinham menos de 18 anos, o que constitui uma violação das leis internacionais.
Na maioria dos países onde houve pessoas condenadas à morte ou executadas "os processos não decorreram de acordo com os padrões internacionais de um julgamento justo".
"Em alguns países, a confissão foi obtida sob tortura ou sob outro tipo de coação, como aconteceu, por exemplo, na Arábia Saudita, Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Irão e Iraque", especifica a AI.
A pena de morte, diz o documento, "foi utilizada para castigar o adultério, a sodomia e crimes religiosos, tais como apostasia, no Irão, blasfémia, no Paquistão, 'feitiçaria', na Arábia Saudita, tráfico de ossos humanos, na República do Congo, e crimes relacionados com droga, em mais de dez países".
"Os cidadãos estrangeiros foram desproporcionalmente afetados pela aplicação da pena de morte em países como a Arábia Saudita, Malásia, Singapura e Tailândia", menciona o relatório.
A AI alerta ainda para o facto de terem sido realizadas execuções públicas na Arábia Saudita, Coreia do Norte, Irão e Somália.
No continente americano, os Estados Unidos da América foram o único país a realizar execuções no ano passado, tendo baixado o número de 46, em 2010, para 43.
Na Europa, a Bielorrússia foi o único país a levar a cabo execuções em 2011.
Na Ásia, pela primeira vez em 19 anos, não foram registadas execuções no Japão.
