Mais de 500 militares dos três ramos das Forças Armadas, reunidos esta quarta-feira num hotel de Lisboa, decidiram marcar uma manifestação para o dia 10 de Novembro.
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A informação foi prestada ao JN por Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos, uma das três associações presentes na reunião, à porta fechada, que ficou marcada por duras críticas à política orçamental do Governo.
O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, coronel Pereira Cracel, foi dos mais duros no discurso. Citado pela agência Lusa, referiu que "os militares não aceitam mais afrontas à sua condição". No encontro, esteve também presente a Associação de Praças.
A manifestação está assim lançada e a concentração marcada para as 15 horas, na Praça do Município, em Lisboa. Lima Coelho, sargento-ajudante da Força Aérea, fez questão de lembrar o "lamentável" caso ocorrido no dia 5 de Outubro, em que a bandeira nacional foi içada de pernas para o ar pelo presidente da República, que conduziu, depois, ao pedido de desculpas do presidente da edilidade, António Costa.
Daí, a manifestação vai seguir para os Restauradores, um largo que evoca a Restauração da Independência, como frisou Lima Coelho, em palavras carregadas de simbolismo.
Uma das outras medidas aprovadas é um pedido a Cavaco Silva, enquanto comandante supremo das Forças Armadas, para que requeira a fiscalização preventiva ao Orçamento do Estado para 2013. Trata-se de "uma preocupação que não tem apenas a ver com os militares, mas com todos os portugueses, com todos os cidadãos", salientou Lima Coelho.
Questionado pelo JN quanto às implicações do Orçamento nas Forças Armadas, o presidente da ANS fez questão de frisar que as preocupações dos militares "não se esgotam" nos direitos.
"As associações não podem, porque lhes está vedado por lei, manifestar-se sobre a área operacional, mas é verdade que estamos muitos preocupados com a falta de recursos humanos cada vez maior. Isso pode retirar qualidade ao cumprimento das missões", sustenta o dirigente.