Depois de dez anos como "passageiro" da sonda "Rosetta", chegou o momento de glória para o robô "Philae", que, esta quarta-feira, tentará aterrar pela primeira vez na história no núcleo de um cometa. Acompanhe em direto.
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Os responsáveis pela sonda "Rosetta", lançada para o espaço há dez anos, deram, esta quarta-feira de manhã, luz verde ao pequeno robô "Philae" para que aterre sobre o cometa "Tchouri", um movimento sem precedentes na história espacial.
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A luz verde para a concretização da missão, a 511 milhões de quilómetros da Terra, foi dada, pelas 7 horas desta quarta-feira, pelos responsáveis pela navegação do centro europeu de operações espaciais da Agência Espacial Europeia (ESA), em Darmstadt, na Alemanha.
A ESA, na sua página do Facebook, está já a publicar as primeiras imagens enviadas pela "Rosetta".
A autorização desta manhã significa que a última manobra da sonda foi corretamente efetuada e que esta se encontra em posição de poder largar "Philae" numa boa trajetória de descida até ao cometa Tchourioumov-Guérassimenko, a que os cientistas chamam "Tchouri".
Depois de ser lançado pela sonda "Rosetta", o "Philae" descerá em queda livre sobre o Tchouri, percorrendo os 20 quilómetros que o separaram em sete horas.
"O ponto mais crítico é a aterragem em si", sublinhou Stephan Ulamec, responsável pela aterragem de "Philae", da agência espacial alemã, DLR.
A aterragem deverá ser feitra numa zona designada Agilkia, situada no lado do cometa onde chega a luz solar, energia alimentará o pequeno robot.
É a primeira vez que uma nave está tão próxima de um cometa. Alguns especialistas compararam o feito, em termos de importância científica e complexidade técnica, à chegada à Lua ou à missão japonesa Hayabusa, que em 2005 inspecionou a superfície de um asteroide.
Uma vez no núcleo, o "Philae" recolherá material que pode ajudar na explicação da origem da vida na Terra e da formação do sistema solar. O "Philae" medirá o campo magnético do cometa e realizará testes, até 30 centímetros de profundidade, dos materiais da superfície do núcleo na fase de atividade máxima, enquanto se aproxima do Sol.
A ESA pretende, ainda, estudar a cauda do cometa, averiguar a água que o corpo celeste possui e perceber se o líquido é como o da Terra, bem como analisar a existência de moléculas complexas.
A confirmação da aterragem é aguardada na terra pelas 16 horas.