O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, esta quarta-feira, que tanto o Estado como o Governo e todos os profissionais de saúde têm obrigação de ser mais eficientes com os mesmos meios e sem perda de qualidade.
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"O Estado tem obrigação, o Governo tem obrigação, os médios têm obrigação, os enfermeiros têm obrigação, todos os profissionais de saúde têm obrigação de, com os meios que temos, poder ser mais eficientes sem perda de qualidade e é isso que nós procuramos", afirmou Passos Coelho.
As declarações foram feitas aos jornalistas, à margem da reunião de trabalho do Conselho Nacional para a Economia Social (CNES), que decorreu, esta quarta-feira, no Ministério da Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, quando o primeiro-ministro foi confrontado com as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos.
À rádio TSF, José Manuel Silva disse que a saúde não pode suportar mais cortes e que o doente mais barato é o doente morto, reagindo assim à notícia do "Jornal de Negócios", que diz que o Governo quer reduzir o número de camas em ambulatório.
Pedro Passos Coelho disse, por seu lado, que "pretender fazer a discussão sobre a reforma do Estado apenas na mira de obter poupança é uma visão míope".
"Queremos obter poupanças e ser mais eficientes, mas precisamos também de ter um produto final mais justo e isso é possível de alcançar", defendeu o primeiro-ministro.
Na opinião do chefe de Governo, há hoje situações no setor da saúde que "são ao mesmo tempo ineficientes e injustas" e o Estado tem feito uma "redistribuição do rendimento de uma forma injusta".
"Aqueles que têm maiores rendimentos são aqueles que absorvem a maior parte da redistribuição que é feita pelo Estado, enquanto aqueles que tem rendimentos mais baixos captam menor parte dessa redistribuição", apontou Passos Coelho.
Para o primeiro-ministro, trata-se de uma situação de injustiça e de ineficiência na forma como o Estado e o Estado Social funcionam e defendeu que com a reforma na saúde há agora a oportunidade de aumentar não só a justiça social, como de aumentar a eficiência.
"A saúde é um setor em que há ineficiências que estão identificadas, o que significa que podemos ter bons cuidados de saúde prestados aos cidadãos com poupanças que podem ser geradas na forma como esses cuidados são prestados", disse ainda.