Um bebé de 18 meses foi salvo por um implante construído através de uma impressora 3D, em Michigan, nos Estados Unidos da América. Este é o segundo caso a recorrer a esta técnica.
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Garrett Peterson tem 18 meses e desde o seu nascimento foram detetados graves problemas respiratórios. Nasceu com um buraco entre as câmaras inferiores do coração que exerceu uma grande pressão sobre os pulmões, fazendo com que fosse possível respirar apenas por pequenas fendas.
Richard Ohye, chefe da cirurgia cardiovascular pediátrica do Hospital da Universidade de Michigan, disse, num vídeo publicado pela universidade, que "são os problemas do pulmão e das vias respiratórias o maior problema", visto que o "defeito cardíaco é relativamente simples de corrigir".
De acordo com um comunicado da universidade, Garrett ficava sem respirar quatro ou cinco vezes por dia e acabou por ter que ser colocado no ventilador sob medicação pesada.
Jake Peterson, pai de Garrett leu, em Maio de 2013, um artigo sobre Kaiba Gionfrido, um bebé com um problema semelhante. Os médicos da Universidade de Michigan tinham criado uma tala, feita de material biológico, através de uma impressora 3D que teve sucesso. A solução encontrada pelos pais de Garrett foi contactar o médico Glenn Green e saber se estaria disponível para tratar do filho.
Os dispositivos criados através de impressoras 3D para uso em seres humanos ainda não foram aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), o órgão governamental dos EUA responsável por controlar os alimentos e medicamentos. No entanto, Green e o engenheiro biomédico Scott Hollister conseguiram autorização tanto para o caso de Kaiba, como para o caso de Garrett.
No dia 31 de janeiro deste ano, depois do engenheiro biomédico Hollister criar uma tala através de uma tomografia computorizada, o chefe de cirurgia, Richard Ohye, colocou o implante ao redor dos brônquios, que será absorvido pelo corpo do bebé de 18 meses, enquanto as vias respiratórias se tornam mais fortes. Durante esse tempo, Garrett vai respirar mais facilmente e precisar menos do ventilador.
Depois da cirurgia, realizada com sucesso, Hollister disse, em comunicado, que "é um sentimento enorme saber que este dispositivo salvou outra criança" e também Green mostrou entusiasmo. "Eu já vi crianças morrer com este problema. Ver o dispositivo funcionar, pela segunda vez, é uma grande realização e dá esperança a estas crianças", afirmou o médico.
Natalie Peterson, mãe de Garrett, depois de ver o filho sorrir disse que era algo que não viam "há algum tempo". O casal planeia ter o bebé em casa pela primeira vez e os médicos acreditam que, dentro de poucos meses, Garrett vai ser capaz de deixar completamente o ventilador.