
Estilista portuguesa recebeu os aplausos do público
Pierre Verdy/AFP
"Para mim não existem impossíveis, existem apenas coisas difíceis" foi com esta certeza que Fátima Lopes, tal qual super-heroína embrulhada em tiras de vinilo coloridas, apresentou a sua colecção na sala Gustave Eiffel, na torre homónima no coração da capital parisiense e da moda internacional.
Apesar de se revelar "mais madura, mais sensual e menos sexy", não se desiludam as clientes dos cortes cirúrgicos, que ainda continuam a fazer parte do imaginário da estilista, mas desta feita de uma forma mais residual.
Os binómios branco e negro e branco e bege foram os mais vistos na colecção intitulada "Levitação", elaborada maioritariamente com musselines e algodão, em vestidos compridos ou curtos e de linhas evasé.
As transparencias sobrepostas conferem um visual despreocupado para o próximo Verão. Num outro segmento, onde as cores fluorescentes ganhavam vida, o corte de saia anos 40, bem estreita nos joelhos, dava um andar divertido às modelos que pareciam, tal como o nome da colecção sugeria, levitar sobre os sapatos feitos propositadamente pelo Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE), com Paris a espraiar-se em fundo.
Fátima Lopes é uma excelente marketeer e como a mesma diz "em Paris e perante a crise na Europa, o necessário é ser-se criativo e saber utilizar esta montra para o Mundo". Segundo a estilista, em Paris o que se vem fazer é "publicidade duas vezes por ano". Ao contrário dos magnatas da indústria da Moda como Louis Vuitton, que tem anúncios todo o ano, esta é a sua oportunidade.
As idas a Paris já lhe abriram as portas do Médio Oriente e também do mercado angolano, onde abriu uma loja há um mês. Para encerrar a representação portuguesa, Luís Buchinho apresentou ontem ao início da noite as propostas para o próximo Verão no espace Cominnes. Hoje é a vez de Felipe Oliveira Baptista mostrar o seu desfile.
