
Adelino Meireles/Global Imagens
Nem só de fado em estado puro vive um festival... de fado.
O concerto de António Zambujo no primeiro dia do Caixa Ribeira, no Porto, na noite de sexta-feira, mostrou que há espaço para a reinvenção, mesmo num género aparentemente conservador como o do fado.
Dialogando habilmente com a bossa nova ou o jazz, o artista alentejano fez do alcatrão do parque de estacionamento da Alfândega uma extensão das imensas planícies alentejanas que tão bem conhece, com as suas irresistíveis histórias de amores e desamores.
Aos pedidos insistentes de parte da plateia para que Zambujo, acompanhado por um quinteto de luxo, interpretasse alguns dos seus maiores êxitos, reagiu o músico com sentido de humor, adiando para mais perto do final esses esperados trunfos.
A adesão ao concerto foi tal que disso se ressentiram os espectáculos marcados para a mesma hora, como os de Helder Moutinho ou Filipa Cardoso, que apresentavam um cenário desolador, no Palácio da Bolsa e Hard Club, respetivamente, o que não interferiu com a entrega de ambos os artistas.
