
MIGUEL A. LOPES/Lusa
O selecionador nacional voltou a admitir "algumas alterações" no onze titular para a partida deste sábado contra a Áustria, mas realçou que não vai apresentar uma equipa totalmente nova. O técnico espera um rival bem mais atacante que a Islândia.
Portugal e Áustria enfrentam a segunda jornada do Grupo F pressionados pelos resultados inesperados na estreia - empate português e derrota austríaca -, mas Fernando Santos defende que o nível de exigência é precisamente o mesmo.
"Pressão máxima sempre tivemos. Nestas competições não há pressões mínimas e este jogo está no mesmo contexto. Os resultados da primeira jornada podem ter mudado um pouco o cenário, mas não as características de jogo. Os resultados da primeira jornada colocam um pouco mais pressão, é verdade. Se tivéssemos vencido, nada estaria resolvido, mas seria um pouco diferente", admitiu o técnico português, antes de elogiar o rival deste fim de semana.
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"A Áustria não vai colocar dez jogadores no último terço do campo. Vai ser um jogo aberto, com jogadores de grande qualidade e isso vai positivo para as duas equipas. Não vamos ter 70% de posse de bola, vai ser muito mais repartido do que o primeiro, com vários momentos de transições", admitiu.
Por isso, a forma de abordar o encontro tem de ser algo cauteloso: "Tivemos coisas boas no jogo anterior, mas o mais importante num jogo de futebol são os equilíbrios da equipa. Temos de assumir o jogo para marcar golos e ganhar, mas sempre equilibrados, até porque o adversário é muito rápido no contra-ataque. Não acredito duas equipas "malucas" em campo".
Mas há algo que não muda para o selecionador nacional. "As minhas sensações são as mesmas: grande confiança nos jogadores, sabemos a sua determinação para vencer, e grande respeito pelo adversário. Sem a presunção que somos os melhores, mas também sem medo".
Em defesa do fair-play e de CR7
Cristiano Ronaldo foi, claro, um dos temas da conferência de imprensa de Fernando Santos, algo que até não agradou muito ao técnico, que admitiu que o capitão tem "liberdade total" nos movimentos ofensivos. "É o melhor jogador do Mundo, o que querem que eu diga mais? Entendo e respeito as perguntas, mas ele é só o melhor do Mundo. Isto chega para dizer a importância dele", realçou.
A polémica da troca de palavras com responsáveis islandeses também voltou a ser abordada pelo técnico nacional: "Quando falam de fair-play eu fico com vontade de rir. Na minha terra diz-se "quem não se sente não é filho de boa gente". Depois das declarações do selecionador da Islândia, do que fizeram no jogo, a assobiar o Ronaldo e o Pepe - mesmo do banco -, não se admirem com a resposta".
Tal como fez no dia a seguir ao duelo com a Islândia, Fernando Santos voltou a admitir mudanças no onze, mas não muitas... "Não vou dizer quantas mudanças vou fazer. Não vai haver revolução, porque não fazia sentido, mas as características do jogo são diferentes e é normal haver alterações normais para refrescar as equipas. Revolução foi só em 1974", recordou.
Sobre a questão dos livres diretos e se será CR7 a ter a responsabilidade de os marcar, o técnico escondeu, com boa disposição, o jogo: "Não vou abrir o jogo. Era melhor escrever uma carta ao treinador da Áustria a dizer quem vai bater os cantos e os livres. Se ele me mandar um email a dizer o mesmo, eu respondo-lhe", garantiu, entre duas gargalhadas.
Por último, Fernando Santos deixou uma mensagem aos adeptos portugueses: "Os jogadores também a sentiram a tristeza pelo empate e, agora, é o momento de vir para cima. Não é preciso grande imaginação: o que nos trouxe cá é a confiança nas nossas capacidades. Esperamos que amanhã, quando o povo sair das praças, possa ir festejar uma vitória".
