
PAULO CUNHA/LUSA
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, insistiu, esta terça-feira, que "as contas" do Governo "não batem certo" e que as medidas não correspondem às necessidades, lamentando que todas as semanas existam alertas sobre a situação do país.
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"Infelizmente não há uma semana que passe que não haja o alerta de uma entidade independente, seja nacional, seja internacional", afirmou Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas à entrada para um almoço do International Club of Portugal, em Lisboa, quando confrontada com as previsões económicas da primavera divulgadas pela Comissão Europeia.
Manifestando-se "muito preocupada" com os números revelados esta manhã, a líder do CDS-PP destacou o facto da Comissão Europeia sinalizar nomeadamente a baixa do investimento, sublinhando que sem investimento não há criação de riqueza ou emprego e Portugal está "em piores condições.
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A Comissão Europeia, acrescentou, sinaliza igualmente a questão dos impostos indiretos, que "o Governo costuma dizer que não tem nenhuma importância e que não afeta em nada a economia".
"As contas não batem certo, as medidas não correspondem às necessidades e por outro lado, há erros que estão a ser cometidos", disse.
Catarina Martins fala em chantagem de Bruxelas
A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou hoje que as previsões da Comissão Europeia têm "muito de chantagem", embora os números demonstrem que a reversão da austeridade traz a consolidação das contas públicas.
"Nas projeções da Comissão Europeia há muito de chantagem de quem quer sempre impor a austeridade como uma política única. Mas, julgo que hoje os números da Comissão Europeia demonstram é que começarmos a reverter a austeridade, esse sim, é um passo de consolidação das contas públicas", sustentou.
No final de uma visita à Escola de Cães Guia de Mortágua, Catarina Martins sublinhou que comentar as décimas das projeções da primavera da Comissão Europeia, que apontam que o défice orçamental de Portugal vai ser de 2,7% este ano, acima dos 2,2% previstos pelo Governo, é uma forma de "dizer coisas que ninguém percebe o que significam".
"Quando discutimos décimas estamos a falar de muito pouco. Há coisas que são concretas na vida das pessoas, como o aumento do salário mínimo, a reposição dos salários, menos impostos para o trabalho e os feriados, ou seja, dias de descanso para as pessoas", alegou.
A dirigente bloquista admitiu que ainda há muito por fazer, uma vez que em Portugal os salários continuam a ser baixos e ainda há muita precariedade e desemprego.
