Henrique de Castro, o executivo português contratado pela Yahoo em 2012 para ser diretor de operações e número dois da empresa, vai sair da tecnológica."Wall Street Journal" estima que pacote de despedimento vale cerca de 30 milhões de euros.
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Segundo as notícias veiculadas pela imprensa internacional, a relação entre o português e a CEO da Yahoo delapidou-se muito rapidamente nos últimos tempos e o despedimento não surpreendeu os analistas.
Citando fontes próximas, o "Wall Street Journal" refere que eram comuns as disputas entre Marissa Mayer e Henrique de Castro. O português era o número dois e uma aposta pessoal da CEO, que o convenceu a sair da Google com um grande objetivo: fazer crescer as receitas de publicidade, aliás a principal fonte de entrada de dinheiro nos cofres do gigante da internet.
As estratégias de Henrique de Castro não terão, todavia, convencido os anunciantes a investir mais no portal. No último ano, segundo o "The New York Times", a Yahoo perdeu o segundo lugar para o Facebook no ranking das empresas de Internet com maiores receitas de publicidade nos EUA. A empresa liderada por Mayer tem 5,8% do mercado, contra 7,4% do Facebook. O Google é o líder, com 39,9% de quota de mercado.
A Yahoo tem, no entanto, apresentado lucros, apesar da quebra nas receitas.
Mayer assume despedimento
As discussões entre Mayer e Henrique de Castro começaram logo nos primeiros meses, diz o "Wall Street Journal", mas a CEO decidiu não despedir o executivo de imediato, "em parte porque a empresa pagou muito dinheiro para o contratar", disse uma fonte citada pelo jornal. Alguns rumores sobre lutas de poder internas envolvendo outros executivos também apareceram na imprensa especializada.
O mesmo jornal refere que Marissa Mayer também terá sido pressionada pelos acionistas, que apontaram o português como principal responsável pela falta de crescimento das receitas.
Num memorando enviado aos empregados da empresa, Mayer escreve ter sido ela a tomar a "difícil decisão de que Henrique de Castro devia sair da empresa". O "The New York Times" nota também que a empresa informou oficialmente os mercados através de um documento com apenas duas frases, que não faz sequer os habituais elogios de circunstância próprios destas ocasiões.
O "Wall Street Journal" estima que o pacote de despedimento, que inclui o valor das ações que Henrique de Castro tem da empresa, somado à indemnização e outros benefícios que irá receber por ter sido despedido, rondará os 30 milhões de euros.
As notícias que deram conta da sua contratação, em outubro de 2012, referiam que o português iria receber cerca de 50 mil euros por mês. Henrique de Castro teria também direito a opções de compra na empresa que rondavam os 26 milhões de euros. Castro recebeu também um bónus de 735 mil euros quando assinou contrato.
O português é licenciado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão e foi vice-presidente da área de publicidade para os média, telemóveis e plataformas da Google por seis anos.Foi diretor de vendas e desenvolvimento de negócios na Dell, entre 2004 e 2006, e trabalhou também na McKinsey & Company, de 2001 a 2004.