
Rui Rangel
Álvaro Isidoro / Global Imagens
A Procuradoria-Geral da República revelou, esta segunda-feira, que foi aberto uma investigação ao juiz desembargador Rui Rangel, com origem numa certidão do processo "Rota do Atlântico"
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"Confirma-se a existência de um inquérito que teve origem numa certidão do processo 'Rota do Atlântico", respondeu à agência Lusa, esta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR), na sequência de uma questão levantada após uma notícia da imprensa de sábado passado, segundo a qual o juiz Rui Rangel era suspeito de receber fortuna do empresário futebolístico José Veiga, arguido naquele processo relacionado com crimes de corrupção no comércio internacional, fraude fiscal e branqueamento de capitais e tráfico de influência.
A PGR adianta que "encontra-se em investigação e está em segredo de justiça".
A operação Rota do Atlântico tinha como principais alvos o empresário José Veiga e o sócio Paulo Santana Lopes, que funcionariam como intermediários num esquema de corrupção com membros do governo da República do Congo.
Segundo Procuradoria-Geral da República (PGR), este inquérito tem nove arguidos constituídos, quatro pessoas singulares e cinco pessoas coletivas.
Esta investigação surge na sequência da prisão, em fevereiro, do empresário José Veiga, por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
De acordo com o Ministério Público, os detidos, alegadamente, celebravam contratos de fornecimento de bens e serviços relacionados com obras públicas, construção civil e venda de produtos petrolíferos, entre diversas entidades privadas e estatais.
Os proventos gerados com esta atividade eram utilizados na aquisição de imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios, utilizando para o efeito pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados, ocultando a origem do dinheiro e integrando-o na atividade económica lícita, precisou então a PGR.
A investigação Rota do Atlântico é dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e envolveu cerca de três dezenas de buscas a domicílios e sedes de empresas, a uma instituição bancária e a três escritórios de advogados.
