
Rui Salazar, sobrinho-neto de António Oliveira Salazar disse esta quinta-feira ao tribunal de Viseu que da Câmara de Santa Comba Dão, a quem entregou espólio do do antigo presidente do Conselho do Estado Novo, pretende uma compensação que lhe permita ter uma sobrevivência digna, ou seja, uma verba mensal para poder pagar um lar.
Rui Salazar moveu uma ação à Autarquia, cujo julgamento iniciou hoje, na qual exige a devolução dos bens que entregou à Autarquia ou o pagamento de 324 mil euros.
O material , entre livros, jornais, medalhas, etc, foi entregue à Câmara entre 2007 e 2009, mas o depósito nunca foi oficializado e as caixas continuam fechadas, tal como explicou ao Tribunal a advogada do Município.
Rui Salazar explicou que gostava de ver concretizado um Centro Interpretativo do Estado Novo, caso existam condições económicas, mas que pelo material pretende apenas uma compensação monetária.
"Tenho uma pensão muito pequena e não tenho meios para ir pagar um lar", explicou o sobrinho-neto de Salazar, de 68 anos, que aufere de uma reforma de cerca de 400 euros por mês.
Na audiência de hoje ficou decidido que a Câmara Municipal tem 60 dias para para conferir e verificar o conteúdo das caixas com o espólio entregue por Rui Salazar para que seja confirmado se o material corresponde ao descrito pelo autor.
Posteriormente o Município tem de fazer uma avaliação do espólio para que seja determinada uma compensação mensal ao autor.
Após o acordo, o autor da queixa disponibilizou-se a ceder à Autarquia outros objetos de Salazar que ainda tem na sua posse, nomeadamente livros.
