
José Carlos Ferreira Rocha
Octávio Passos/Global Imagens
Uma coincidência seguida de um ato heroico permitiram, este domingo, salvar a vida a uma mulher de 71 anos, que entrou em paragem cardiorrespiratória ao ficar entalada com comida, durante o almoço, no restaurante O Roscas, em Rio de Moinhos, Penafiel.
José Carlos Ferreira Rocha, 50 anos, nem é cliente assíduo do restaurante, mas pelas 12.30 horas tomava uma bebida ao balcão quando ouviu gritos. O subchefe dos bombeiros de Penafiel, que ingressou na corporação há 33 anos, mas há quatro, após um AVC, viu-se forçado a sair do ativo e a passar para o Quadro de Honra, não hesitou e correu a ajudar a mulher "que já estava roxa".
Não conseguiu tirar o pedaço de carne e arroz que obstruía a via respiratória e deitou a mulher no chão. A vítima, que já perdera a consciência, deixou de respirar e de ter batimentos cardíacos. O bombeiro ignorou as vozes que, ao lado, lhe diziam que já estava morta e manteve "manobras de ressuscitação cardiopulmonar com ventilação forte durante 10 a 15 minutos".
O esforço compensou. A mulher começou a respirar e ficou consciente. Entretanto, chegou ao restaurante um casal de médicos que confirmou que a vítima estava estável e os bombeiros de Entre-os-Rios transportaram-na ao hospital.
"Foi uma felicidade muito grande", diz José Carlos, sem esconder a emoção. O bombeiro, que trabalha como assistente operacional na Escola do Pinheiro, não se refere às palmas que lhe bateram enquanto lhe chamavam herói. Mas antes ao sentimento de dever cumprido, por ter salvado uma vida. O mesmo sentimento que lhe encheu a alma quando, há três décadas, aspirou sangue com a boca para manter viva uma criança que fora atropelada. "Quem sabe não esquece, é sempre bombeiro para socorrer".
