As autoridades norte-americanas estão em alerta para possíveis ataques de atiradores ou com camiões ou drones armados durante a tomada de posse de Donald Trump, onde são esperadas cerca de um milhão de pessoas.
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Depois de homens inspirados nas ações de grupos extremistas terem matado dezenas de pessoas na Europa em dois ataques com camiões no ano passado, o Governo norte-americano está a planear medidas extraordinárias para prevenir um incidente semelhante na capital norte-americana.
Apesar de Washington estar sempre em alerta contra ataques do Estado Islâmico e da Al-Qaida, nos últimos anos o país tem-se mostrado vulnerável a ataques planeados e realizados por pessoas dentro do país, inspirados mas não orquestrados por extremistas no estrangeiro, indicaram as autoridades.
"Não sabemos de nenhuma ameaça credível" à tomada de posse, disse aos jornalistas o secretário da Segurança Interna, Jeh Johnson.
No entanto, "o ambiente global do terrorismo é muito diferente, até de 2013", quando o Presidente Barack Obama tomou posse pela segunda vez, acrescentou.
"Temos de nos preocupar com o extremismo violento 'doméstico', extremismo violento nascido 'em casa', com atos de auto-radicalização", disse.
Cerca de 28 mil agentes - incluindo membros dos serviços secretos, guarda nacional, FBI e polícia regional - vão estar destacados para os eventos do dia.
Muitos dos eventos vão ser expostos, especialmente a cerimónia de tomada de posse, em que o Presidente que deixa funções e o novo Presidente, e a maioria dos dirigentes do Governo e Congresso, vão estar juntos na frente ocidental do edifício do Capitólio.
Os representantes vão estar protegidos por vidros à prova de bala, e os terraços serão patrulhados por atiradores do Governo. O FBI vai ter detetores de radiação e de químicos na zona.
Os serviços de segurança esperam entre 700 mil e 900 mil pessoas na audiência, incluindo 99 grupos que planeiam protestos, indicou Johnson.
Uma área de sete quilómetros no centro de Washington estará vedada a veículos e os que entrem a pé serão inspecionados.
A ameaça de alguém tentar avançar com um camião contra a multidão representa uma preocupação particular e nova. Em julho do ano passado, 86 pessoas que celebravam o Dia da Bastilha na cidade costeira francesa de Nice morreram quando um extremista inspirado no Estado Islâmico conduziu um camião contra a multidão.
Em dezembro, outro homem fez avançar um veículo num mercado de Natal em Berlim, matando 12 pessoas. O Estado Islâmico acabou por reivindicar responsabilidade.
As autoridades vão colocar camiões carregados de cimento, camiões basculantes, autocarros e outros veículos pesados para prevenir incidentes deste tipo, explicou Johnson.
Drones, que são facilmente adquiridos, representam outra preocupação. Apesar de estarem banidos dos céus de Washington, os serviços de segurança delinearam planos para se protegerem contra hipotéticos ataques.