
Lady Di morreu em 1997
Arquivo/Global Imagens
Três jornalistas da revista francesa "Paris-Match" tornam públicos novos dados sobre o acidente de viação que, em agosto de 1997, tirou a vida a Diana de Gales, imortalizada como Lady Di, quando se cumprem os 20 anos da sua morte.
Os autores da investigação jornalística "Qui a tué Lady Di?"(Quem matou Lady Di) - um novo livro que chega esta quarta-feira às livrarias francesas - desmentem as teorias da conspiração em torno do acidente que fez manchetes em jornais de todo o mundo.
A morte da Princesa Diana não resultou de um ataque terrorista perpetrado pelos inimigos do seu companheiro, o egípcio Dodi Al-Fayed, nem foi um homicídio a mando da casa real britânica, como se especula.
Foi, pelo menos, essa a conclusão de Pascal Rostain, Bruno Mouron e Jean-Michel Caradec"h, os três jornalistas que assinam o livro e que tiveram acesso a oito mil páginas da investigação judicial francesa.
Na obra, os jornalistas da "Paris-Match" reafirmam o que já se sabia - que a causa do acidente foi a velocidade a que circulava o motorista de Diana, que, além de ter bebido, tomava antidepressivos - mas avançam também novos dados sobre o carro em que a princesa seguia com o companheiro.
Era um Mercedes S280, propriedade do hotel Ritz, de Paris, onde Diana e Dodi Al-Fayed estavam alojados e, escrevem os jornalistas, não estava em condições de ser conduzido.
Esse carro nunca devia ter voltado a circular
"(O veículo) já tinha tido um acidente, um primeiro acidente em que capotou várias vezes, antes de ficar destruído. Depois, obteve-se autorização para que o carro fosse reconstruído", explicou, na terça-feira, Rostain à estação de rádio RTL, admitindo que "esse carro do Ritz nunca devia ter voltado a circular".
A versão vai ao encontro das declarações de Karim Kazi, antigo motorista do hotel parisiense, que, em entrevista ao canal francês M6, esta terça-feira, contou ter advertido a chefia para o perigo que o carro comportava, tendo aconselhado os seus superiores a retirá-lo de circulação. "A partir dos 60 quilómetros por hora, era impossível controlá-lo", explicou.
Esta nova descoberta não retira, disse Rostain à RTL, as responsabilidade pelo incidente ao condutor do veículo, Henri Paul, que "tomava dois medicamentos por causa do alcoolismo e três antidepressivos", além de ter "1,81 gramas de álcool no sangue".
O jornalista explica que a investigação deixou cair por terra as "teorias da conspiração" formuladas por Mohamed Al-Fayed, pai do amante de Lady Di, que lançou as culpas para a casa real britânica, que não aprovava que o casamento entre a princesa e um homem de origem egípcia.
Uma investigação judicial britânica aberta em 2004 já tinha descartado a conspiração, tal como os documentos da justiça francesa a que o jornal francês teve agora acesso.
