
Tigre fêmea vivia numa jaula de dimensões reduzidas atrás de uma oficina
Natacha Cardoso
Um homem residente em Cangas de Onis, nas Astúrias, Espanha, aceitou um acordo judicial em que lhe é aplicada a pena suspensa de seis meses por ter deixado morrer um tigre e posteriormente lhe ter cortado a cabeça como troféu.
O indivíduo reconheceu esta segunda-feira os fatos de que era acusado num tribunal de Oviedo, aceitando uma pena (suspensa) de seis meses de prisão e dois anos de perda do exercício da profissão, comércio ou negócio relacionado com animais. Ao aceitar o acordo judicial, o julgamento não chegou a ser realizado.
Jornais asturianos revelam que a denúncia foi feita no verão passado pela Asociación Nacional de Animales con Derechos y Libertad (Anadel), dando conta que o homem tinha um tigre fêmea aprisionado numa jaula de reduzidas dimensões (5x3 metros) nas traseiras da sua oficina de automóveis.
A falta de condições e de trato adequado terão causado a morte do felino em 2014. O homem enterrou o animal numa propriedade sua, não sem antes lhe cortar a cabeça, que guardou como troféu.
As primeiras denúncias de maus tratos ao tigre datam de 2009, tendo a partir daí sido efetuadas diversas inspeções por parte das autoridades sanitárias do país vizinho. Todas elas apontavam para falta de cuidados adequados, sendo que numa ocasião os inspetores confirmaram a "excessiva magreza" do felino. O suspeito terá tentado justificar este estado com uma desparasitação, que, afinal, não havia acontecido.
O caso só agora chegou à barra dos tribunais, onde se produziu o acordo com a procuradoria antes de se chegar a julgamento. Os fatos foram considerados para constituir um delito de abuso de animal de estimação ou domesticados (artigo 337 do Código Penal do país vizinho).
Além da pena suspensa de seis meses, o réu concordou em pagar uma multa de três meses à taxa de seis euros por dia (540 euros).
