
Sarcófago do faraó Tutankamon
Reuters
O Governo egípcio defendeu, este domingo, a necessidade de novas tecnologias, para perceber se há câmaras escondidas atrás das paredes do sepulcro de Tutankamon, uma delas com a urna de Nefertiti, e diz que só com essa certeza aceita perfurações.
A garantia foi dada pelo ministro egípcio das Antiguidades, Khaled Al-Anani, no âmbito de uma conferência (a segunda) que reuniu hoje na capital do Egito peritos internacionais e arqueólogos, para falar sobre o faraó Tutankamon e a sua famosa máscara funerária de ouro.
O ambiente da conferência foi de ceticismo, depois de o antigo ministro da tutela Mamduh Damati ter dado quase a certeza de que os compartimentos secretos existiam, criando grandes expectativas sobre um novo achado arqueológico.
O egiptólogo britânico Nicholas Reeves, que desenvolveu a teoria, inspecionou o local em setembro passado e até já foi feito um "scanner" da parede, que o atual ministro considera ter sido inconclusivo.
Do lado egípcio, o especialista Zahi Hawas e antigo ministro das Antiguidades é quem mais contraria a sugestão de Reeves e, hoje, na conferência do Cairo, evitou mesmo cumprimentar o britânico. Hawas disse que a hipótese de Reeves não tem qualquer "base científica" e acrescentou que a rainha Nefertiti não foi enterrada no Vale do Reis, em Luxor, junto de Tutankamon.
Reeves também voltou a defender a sua teoria, que despertou um grande interesse dos arqueólogos e que foi aproveitada pelas autoridades, para tentar dar um novo impulso ao turismo. O especialista disse serem visíveis, a partir de imagens de alta definição, indícios do que será uma porta selada que comunica com uma câmara onde estará enterrada Nefertiti.
O "scanner" feito em novembro terá detetado zonas ocas nas zonas norte e oeste do mausoléu, o que levou o então ministro Al Damati a dizer que estava "90 por cento" certo de que algo está atrás das paredes (depois reduziu para 50 por cento), embora o atual ministro diga que só autoriza perfurações com cem por cento de certeza.
Nefertiti era a mulher do faraó Aquenatón, pai de Tutankamon, há cerca de 3.300 anos.
Ao contrário dos túmulos de outros faraós, que foram pilhados, o de Tutankamon, descoberto em 1922, estava intacto e continha mais de 5.000 objetos, um dos tesouros mais impressionantes já alguma vez descoberto.
