
Reuters
Os serviços de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro descobriram um dispositivo de escuta telefónica no gabinete do juiz responsável pelo processo de 'impeachment' (impugnação) da Presidente Dilma Rousseff, temporariamente suspensa, e pelo Mensalão.
A informação foi confirmada à agência Lusa pela assessoria do STF, que não soube dizer, no entanto, se haverá uma investigação, uma vez que se trata de uma matéria da competência dos serviços de segurança.
Luís Roberto Barroso foi relator do acórdão do processo de 'impeachment', o texto com o resultado do julgamento que fixou os trâmites do pedido de afastamento de Dilma Rousseff.
A decisão foi tomada pelo plenário do STF, que conta, além de Luís Roberto Barroso, e do presidente, Ricardo Lewandowski, com os votos dos magistrados Cármen Lúcia, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Edson Fachin.
O magistrado é também o relator da execução das penas dos condenados no processo Mensalão, relativo ao escândalo de compra de votos de parlamentares do Congresso.
O aparelho de escuta foi encontrado durante uma limpeza de rotina feita por funcionários da instituição numa caixa de tomadas elétricas embutida no chão mesmo abaixo da mesa do juiz Luís Roberto Barroso.
O aparelho encontrava-se desligado, não se sabendo ainda se chegou a ser ativado.
"Se tinha alguém escutando o meu gabinete, terá verificado que a gente trabalha muito e com bom humor", disse o magistrado ao jornal Folha de São Paulo.
Apesar de se mostrar tranquilo, o juiz frisou que a situação o preocupa no campo institucional.
