O Comando Metropolitano da Polícia de Londres já conhece a identidade dos três homens que, no sábado à noite, mataram sete pessoas e feriram 48 num atropelamento na Ponte de Londres e esfaqueamento múltiplo no Mercado de Borough. Um cartão de identificação irlandês foi encontrado num dos atacantes.
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A comissária Cressida Dick indicou à BBC, esta segunda-feira de manhã, que a polícia acredita já ter a identidade dos atacantes e que a prioridade da investigação agora é perceber se eles tiveram cúmplices no ataque de sábado à noite e portanto os nomes só serão divulgados assim que não prejudicarem a investigação.
Sabe-se, no entanto, que a polícia investiga uma possível conexão dos atacantes com a Irlanda, tese que ganhou mais força após um cartão de identificação irlandês ter sido encontrado num dos terroristas
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, em declarações na sua residência oficial, em Downing Street, após presidir a uma reunião do comité de emergência do Governo para abordar as medidas de segurança, disse que o atentado de sábado foi "um ataque contra Londres e contra o Reino Unido, mas também contra o mundo democrático".
A chefe do governo britânico acrescentou que o nível de alerta por ameaça terrorista contra o Reino Unido se manterá em "severo", o segundo mais alto numa escala de cinco.
Há 12 pessoas detidas e a polícia "recolheu uma elevada quantidade de material forense", acrescentou a comissária.
Onze foram detidas numa mesma propriedade, no distrito de Barking, a cerca de 14 quilómetros de Londres. São cinco homens (de 28, 27, 52 e dois de 55 anos) e seis mulheres (de 19, 24, 27, 49, 53 e 60 anos). Um dos homens de 55 anos já foi entretanto libertado sem qualquer acusação.
Um outro homem, de 38 anos, foi detido noutra morada, igualmente em Barking.
Já esta segunda-feira foram realizadas duas novas buscas em Newham e em Barkin e "um determinado número de pessoas foi detido".
Neste primeiro dia de regresso ao trabalho, após o fim de semana, há uma forte presença policial nas ruas. "É uma resposta em larga escala", sublinhou Cressida Dick.
Outra medida de segurança visível são novas barreiras de proteção que foram instaladas durante a noite em algumas pontes do centro da capital britânica, como é o caso de Westminster, Lambeth e Waterloo.
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Steve Hilton, antigao responsável de estratégia do ex-primeiro-ministro David Cameron, não poupa nas críticas à atual chefe de governo, considerando que Theresa May é responsável pelas falhas de segurança que permitiram os ataques na Ponte de Londres, Manchester (22 maio) e Ponte de Westminster (22 de março).
"Devia demitir-se, não recandidatar-se", defendeu no Twitter.
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Hanif Qadir, fundador de uma associação londrina que tem um programa de combate a radicalização, considera que os ataques de Londres e Manchester "poderiam ter sido evitados" se as autoridades transmitissem a informação que possuíam sobre os suspeitos.
Para este antigo combatente da al-Qaeda no Afeganistão, "sem sombra de dúvida, se tivesse havido intervenção [da associação]... podíamos ter evitado estes ataques".
Um dos médicos que assistiu alguns feridos no sábado à noite diz que as vítimas "passaram por uma experiência mais horrível do que poderia imaginar".
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Para Malik Ramadhan, "as pessoas que foram esfaqueadas foram atingidas com intenção de matar. As pessoas que foram atropeladas também ficaram gravemente feridas.
Entre as sete vítimas mortais já é conhecida a identidade de uma cidadã canadiana - Christine Archibald, que emigrou para a Europa para viver com o noivo.
Um francês também morreu no ataque, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian.
Entre os feridos há pessoas de diferentes nacionalidades.