
Por mar e terra na nova Rota da Seda
REUTERS/Stefan Wermuth
A rota comercial mar-terra entre a China e a Europa, através do porto grego de Pireu, entrou oficialmente em funcionamento após a chegada dos primeiros comboios com produtos chineses à Hungria.
Os contentores saíram da cidade de Ningbo, sudeste da China, rumo ao porto de Pireu, na Grécia, a partir de onde foram transportados até Budapeste, na Hungria, em dois comboios que chegaram a 29 de janeiro e 5 de fevereiro, respetivamente.
O percurso demorou 26 dias a ser concluído e entrou em funcionamento depois de a firma chinesa Cosco ter adquirido 67% das ações do porto de Pireu, em abril do ano passado.
Os comboios transportavam sobretudo móveis, detalha o jornal estatal chinês "Diário do Povo".
O Governo grego assinou, no ano passado, um acordo para ceder, por 36 anos, dois terços da Autoridade Portuária do Pireu (OLP) à Cosco, no valor de 1500 milhões de euros.
O Presidente chinês, Xi Jinping, disse então esperar que o Pireu se converta no principal centro de trânsito de contentores no Mediterrâneo, parte da Nova Rota da Seda.
Aquela iniciativa, anunciada em 2013 por Xi, constitui um plano de infraestruturas que pretende reativar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.
Portugal tem afirmado a sua intenção de integrar a iniciativa, particularmente com a inclusão do porto de Sines.
"Nós podemos ser de facto uma grande ponte entre a Europa, África, América do Sul e Ásia", afirmou o primeiro-ministro, António Costa, durante a visita que fez à China, em outubro passado, numa alusão à abertura do novo canal do Panamá e às novas rotas que permitirá entre o Pacífico e o Atlântico.
"Essa é uma posição que nós assumimos e estamos empenhados em trabalhar com o Governo chinês para sermos inseridos neste projeto", disse.
