
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas
MÁRIO CRUZ/Lusa
Assunção Cristas pediu a Jean-Claude Juncker que não seja aplicada qualquer penalização a Portugal pelo défice excessivo de 2015.
Numa carta enviada segunda-feira ao fim do dia, a líder centrista destaca o esforço feito nos quatro anos que se seguiram ao resgate - como Bruxelas "tantas vezes reconheceu". E alerta o presidente da Comissão Europeia (CE): "As sanções serão manifestamente incompreendidas pelo povo português".
No documento, a que o JN teve acesso, Cristas defende que não se justifica uma ação contra Lisboa, "nem no plano técnico nem no plano político", lembrando o país que o CDS encontrou em 2011, quando chegou ao Governo - um défice acima do 11%". "Demonstrámos consistência e empenho na aplicação das nossas políticas e conseguimos resultados ímpares no contexto europeu", refere, invocando que o défice caminhou para os 3% num contexto recessivo.
Desse período, destaca o conjunto de reformas estruturais acompanhadas pela CE, para enaltecer a "postura de responsabilidade e resiliência" dos portugueses, perante os "sacrifícios" exigidos. "O povo português não poderá senão reagir com perplexidade a eventuais sanções", alega. "Constituirá um golpe rude no sentimento europeu que tem sido maioritário em Portugal", acrescenta.
Assume as "dúvidas profundas" com o Executivo PS. Mas garante que Bruxelas "tem instrumentos para acompanhar" a gestão de António Costa, que não passam por sanções, como já transmitiu a Juncker, pessoalmente, a 30 de maio, no aniversário do Partido Popular Europeu, no Luxemburgo.
Em plexo Brexit, Cristas sublinha as exceções do passado em relação a países que incumpriram metas. "Se a França teve dois anos suplementares, não se compreende como senhores comissários como Moscovici estão agora na linha da frente da condenação a Portugal", conclui.
