
Rui Roque
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Rui Roque, adjunto do gabinete do primeiro-ministro António Costa para os Assuntos Regionais, demitiu-se ontem à noite depois de se saber que não tinha licenciatura, essencial para o cargo. O primeiro-ministro aceitou a demissão.
No despacho de nomeação vem escrito que Rui Roque é licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, o que não é verdade. O cargo, de nomeação política, não exige a conclusão de uma licenciatura, mas o assessor, de 37 anos, acabou por não resistir depois de se saber da notícia.
Fonte universitária garantiu ao JN que Rui Roque não terminou a licenciatura, iniciada em 1998, nem pediu equivalências para o regime de Bolonha, iniciado na instituição em 2007. O JN contactou a Universidade de Coimbra (UC), no sentido de confirmar, oficialmente, a situação. "A Universidade não pode fornecer dados de avaliação a terceiros, podendo apenas confirmar a veracidade dos diplomas e certificados", informou uma fonte do Gabinete de Comunicação da instituição.
Rui Roque ficou em silêncio
O JN tentou obter uma reação por parte de Rui Roque, que se manteve incontactável. A notícia da demissão surgiu já perto das 23 horas. Em declarações ao jornal online "Observador", o adjunto de António Costa admitia poder haver dúvidas sobre o seu curso e remeteu os dados do despacho de nomeação para "informações prestadas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC em 2009", recusando-se a mostrar tais documentos. E revelou estar à espera de esclarecimentos da instituição.
Rui Roque assumiu o lugar de adjunto para os Assuntos Regionais do gabinete do primeiro-ministro em janeiro de 2016, com o despacho de nomeação a ser publicado em "Diário da República" a 29 desse mês. Apesar de natural de Lisboa, cresceu em Soure e estudou em Coimbra, tendo feito parte da Direção-Geral da Associação Académica em 2004, presidida por Miguel Duarte.
