O PAN vai apresentar na ONU, sexta-feira, duas denúncias contra Espanha. Motivo: a construção do armazém de resíduos nucleares junto à central nuclear de Almaraz, a 100 quilómetros de Portugal, e a extensão do prazo de vida daquela estrutura.
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Para o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), "é necessária uma intervenção de Portugal que vá para além de queixas à Comissão Europeia". Daí que irá apresentar esta sexta-feira duas denúncias à Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, "pelo incumprimento das Convenções de Espoo e Aarhus".
"Ao contrário do que Espanha afirmou esta semana, não houve a realização de uma Avaliação Transfronteiriça de Impacte Ambiental", como estabelecem as diretivas daquelas convenções, sublinha-se no comunicado do PAN, que adianta que avança para as denúncias àquela organismo das Nações Unidas após ter questionado o Ministério do Ambiente sobre o "incumprimento das Convenções" e ter ficado sem resposta.
Segundo o PAN, aquela central nuclear espanhola "já sofreu mais de 2500 avarias" e no "ano passado teve que parar duas vezes devido a problemas técnicos que nunca ficaram totalmente esclarecidos". "Amortizado o investimento, as vantagens económicas para os seus proprietários são enormes, Almaraz rende cerca de 161 milhões de euros anuais à Iberdrola, Endesa e Fenosa, grandes grupos do setor energético e donos da Central que, no seu conjunto, vendem cerca de 40% da eletricidade consumida nas casas e indústrias portuguesas", refere-se.
De lembrar que, na audição do ministro Matos Fernandes, na comissão parlamentar do Ambiente, na terça-feira, o deputado do PAN André Silva incentivou o Governo a parar com a importação de energia nuclear espanhola.
