
Tiago Petinga/Lusa
Algumas dezenas de manifestantes, reunidos junto à FIL, onde está a decorrer o XXI congresso do PS, em Lisboa, estão a realizar um protesto pelos cortes nos contratos de associação do Estado com os colégios privados.
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Cerca das 11.30 horas, quando chegou ao local a secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, começaram a ouvir-se buzinas, bombos e palavras de ordem contra a decisão do Ministério da Educação de não renovar acordos para novos ciclos letivos com estabelecimentos de ensino particular e cooperativo onde haja alternativa viável de oferta de escolas públicas.
Em reação, alguns congressistas bateram palmas à governante socialista.
Ao contrário do habitual, os manifestantes não estão com roupas amarelas, mas os cartazes têm as mesmas reivindicações já utilizadas em protestos anteriores: "Costa, não te esqueças que perdeste as eleições" (sic), "fora com a ditadura educativa", "PS = responsável pelo maior despedimento coletivo da nossa história".
Um dos cartazes continha um insulto ao primeiro-ministro. João Paulo Moinhos, da associação de professores do ensino particular e cooperativo disse que o conteúdo insultuoso "está em completo desacordo" com "a dignidade" com que querem efetuar o protesto, mas manifestou compreensão.
"Sem querer desculpar, as pessoas estão revoltadas e angustiadas por, em setembro, já não terem sustento para as suas famílias. O desespero é mau conselheiro mas temos de compreender esse contexto", afirmou.
João Paulo Moinhos disse que o protesto foi marcado para a porta do Congresso do PS contra "uma medida extemporânea, completamente unilateral e ao serviço de uma ideologia", dizendo que com esta veem "o sustento ameaçado".
"Neste PS, nunca mais" e "O nosso partido PS vai-nos desempregar" e "O Bloco é quem mais ordena no PS" eram outras das mensagens que se podiam ler nos muitos cartazes empunhados pelos manifestantes.
"Esta política está completamente condicionada por posturas radicais", afirmou João Paulo Moinho.
"Há deputados do PS que são proprietários de escolas com contratos de associação, nomeadamente do grupo GPS, como podemos dizer que esta é uma política de um PS equilibrado, um PS de consensos, de diálogo?", questionou-se.
Por volta do meio-dia, alguns congressistas que estavam no exterior da FIL (Feira Internacional de Lisboa), onde decorre a reunião partidária, gritaram repetidamente "PS, PS", e em resposta os manifestantes vaiaram e gritaram "Portugal, Portugal".
Durante cerca de dez minutos, voltaram a ouvir-se as buzinas e os bombos e os manifestantes viraram as costas à porta do edifício onde decorre o Congresso.
Os manifestantes estão a ser vigiados por mais de uma dezena de elementos da PSP.
