O Governo definiu regras no atendimento público ou privado. Os idosos, pessoas acompanhadas de crianças de colo, grávidas e pessoas com deficiência têm direito a passar à frente na fila.
A não observância destas regras dá direito a multa. Tudo isto se resume à educação dos portugueses que deveria ser ensinada nos bancos das escolas e nem era preciso legislar. Uma questão de civismo! Infelizmente, há leis a mais neste país. Qualquer Governo procura "pôr a República em ordem". O problema é fazer cumprir as leis que já existem.
Há tantas infracções que não se cumprem e a impunidade continua. Por exemplo, controlo do ruído. As pessoas só porque estão em casa não se podem dar ao luxo de fazer tudo o que querem e lhes apetece, a começar por barulho fora de horas.
Lavam os carros na rua e os produtos de limpeza deterioram a via pública. Deitam lixo e entulho onde lhes dá jeito e na primeira esquina. Quem frequenta a praia é habitual ver cães e gente no passadiço a andar de bicicleta.
Os portugueses deveriam saber que nas escadas rolantes deve-se ir encostado ao seu lado direito para deixar passar quem vai com pressa. Quando alguém nos envia uma SMS ou faz uma chamada, responde-se ou atende-se. Se estivermos ocupados, é norma da educação responder logo que possamos. Ceder o seu lugar sentado no metro a um cidadão de idade ou a uma mãe com uma criança ao colo.
Há tantos exemplos que daria para escrever um livro sobre "a falta de educação dos portugueses". Em relação a filas de espera costumo ver é pessoas a tentarem passar à frente de outras, em vez de dar a vez.
Há muitos portugueses educados mas, infelizmente, a muitos falta-lhes berço e só porque têm dinheiro julgam-se mais do que os outros.
Antigamente, as pessoas distinguiam-se pelo que tinham, agora não, é pela sua educação e princípios. A educação e os princípios não se podem comprar, são-nos transmitidos pelos nossos pais e avós.
Infelizmente, muitos portugueses são ignorantes, mal-educados e sem respeito pelos outros. O Governo estabeleceu estas regras e fez muito bem, mas deve investir na educação de base dos cidadãos portugueses, nos bancos da escola. Isto não vai lá só com leis.
Tudo se resume à nossa quase ilimitada capacidade de ignorar a nossa ignorância do que é ser educado.
FUNDADOR DO CLUBE DOS PENSADORES
O autor escreve segundo a antiga ortografia
