As relações entre os países lusófonos estão na ordem do dia. Todos eles sofrem as consequências da primeira grave crise da globalização. As causas externas da crise não apagam, porém, a existência de causas internas.
Opções políticas nos processos de privatização, por exemplo, em Portugal, descuraram setores estratégicos, como a Banca. Alguns só agora invocam Santa Bárbara porque está a trovejar.
Noutras situações, a excessiva concentração das receitas orçamentais resultantes da exploração de recursos naturais, como o petróleo, fizeram descurar a diversificação da economia, causando agora graves danos financeiros aos países que assim procederam.
O encontro que a UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) realiza às 15 horas do dia 31 de maio, na sala 2 do Coliseu do Porto, sobre "Perspetivas económicas dos países da CPLP", é um contributo para as respostas às inquietações resultantes da crise. Afinal, falamos a quinta língua do Mundo, temos uma conceção tolerante e universalista e todos os nossos países têm por fronteira o mar, condições relevantes para a competitividade neste Mundo global.
É preciso recredibilizar a entreajuda entre todos, com respostas à crise. É este o momento certo para o fazermos.
O recente debate sobre os critérios da nomeação do secretário-executivo da CPLP, ofendendo a rotação consignada nos seus estatutos, não parece ser um bom princípio. São, porém, as inquietações para que se encontrem respostas para a crise - repito - que justificam o encontro da UCCLA, com intervenções sobre a "Diversificação e financiamento da economia", a cargo do prof. dr. João Ferreira do Amaral e do dr. Carlos Costa Pina e sobre a "Economia e geopolítica do petróleo", a cargo dos professores António Costa e Silva e Nuno Ribeiro da Silva e do dr. Agostinho de Miranda.
O histórico ex-presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, encerrará com "Uma perspetiva de África".
No encontro, aberto ao público, estarão presentes altos responsáveis de cidades e empresas de todo o Mundo lusófono, possibilitando encontros bilaterais com os que nisso tiverem interesse. Ele segue-se à Assembleia-Geral da UCCLA, intervalando com a inauguração de uma exposição nos Paços do Conselho, intitulada "A Casa dos estudantes do Império - Farol de liberdade", instituição importante na formação dos estudantes universitários das ex-colónias. Muitos acabariam personalidades políticas e culturais incontornáveis dos seus países.
A escolha do Porto não foi obra do acaso. O Porto é hoje uma cidade de referência mundial e era inevitável que a UCCLA contribuísse para a reforçar na lusofonia.
A aceitação do seu presidente da Câmara, Rui Moreira, à proposta que lhe fizemos e que acarinhou, não poderia deixar de aqui ser registada com gratidão. O mesmo registo de gratidão vai para o "Jornal de Notícias", na pessoa do seu diretor, Afonso Camões, pela passagem do 128.º aniversário do jornal, que ocorre no dia 2 de junho e que também se associou solidariamente aos eventos da UCCLA.
SECRETÁRIO-GERAL DA UCCLA
