Marco Almeida, administrador do Edifício Transparente, reclama da Autarquia do Porto "flexibilidade" e "rapidez" de forma a ultrapassar a ausência de estacionamento capaz de atrair clientela e a autorizar a colocação de publicidade na fachada.
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Num momento em que o edifício poderá ser vendido e mudar de senhorio, no âmbito do acordo da Autarquia para o Parque da Cidade, o mentor do projecto do Edifício Transparente disse estar "tranquilo" e "confiante" quanto ao futuro daquele espaço, para o qual tem concessão "até 2024". O que considera necessário é "garantir as condições" para "proteger o investimento" ali realizado. Estas passam, a seu ver, por melhorar o estacionamento, bem como por permitir a colocação de publicidade no edifício e a arrecadação das respectivas receitas.
Em tempo de crise, Marco Almeida diz ser "preciso ter uma certa flexibilidade a nível local para responder da maneira mais rápida aos problemas que surgem no dia-a-dia". E defende um "grande esforço de todos" para manutenção do projecto desenvolvido naquela área da marginal do Porto "que estava abandonada". E, "se possível, para melhorá-la". Por isso, o administrador apela a "um maior envolvimento" e a uma "mais rápida tomada de decisão" para não defraudar os lojistas que investiram no Edifício Transparente. A propósito, lembra um inquérito aos clientes, em que "admitiram que não estacionavam no parque (junto ao Castelo do Queijo) nem de borla". O problema coloca-se sobretudo no Inverno e de noite, também por questões de segurança. "Não posso obrigar os clientes a estacionar a 250 metros e a deslocarem-se até cá sob chuva e vento", declarou, ao JN, alertando para o risco do espaço "voltar ao abandono". "Se as pessoas não têm onde parar de forma cómoda, seguem para Matosinhos ou Leça", advertiu. A solução, diz, poderia passar por "haver um acesso coberto ao parque". Isto apesar de reconhecer "o esforço da Câmara para iluminar o caminho". Na Via do Castelo do Queijo, onde fica a entrada principal, diz que a meia centena de lugares é claramente insuficiente.
O controlo de trânsito é outro ponto que Marco Almeida destaca. "Os carros passam a 90 e 100 à hora. Queremos encontrar uma solução em conjunto, como semáforos ou lombas para reduzir a velocidade", explicou o admistrador.
O apelo para que "a Câmara tenha flexibilidade em analisar situações concretas" inclui a obtenção de receitas via publicidade. "Temos possibilidade de a fazer, mas tem de ser licenciada. Numa altura de crise, não é crível que, tendo nós pedidos de publicidade para ajudar a dinamizar este espaço sazonal, não consigamos os licenciamentos", criticou, aludindo ao regulamento que proíbe a afixação em certas zonas. Em tempos, lembra, já tiveram autorização. "Este Porto está um pouco a preto e branco. Estamos no século XXI e o Porto tem de ser a cores", defendeu. A publicidade, alega, ajudaria a tornar "mais colorido" e atractivo" o edifício, chamando clientes e investidores.