Osítio da Internet da Opus Gay recomenda as casas de banho e os parques de estacionamento do santuário de Fátima para encontros homossexuais. Em pode ser consultado os locais que, de Norte a Sul do país, são referenciados para locais de encontro. Aí figuram também aqueles dois espaços do santuário de Fátima.
O presidente da Direcção da Opusgay, organização criada em 1997 com o objectivo de apoiar e defender os direitos das minorias sexuais, garante, ao JN, ter "testemunhos de pessoas que indicam esses locais como de encontro de homossexuais", e garante que a situação não lhe causa qualquer incómodo. "Tanto podia ser na casa de banho do santuário, como no São Carlos ou na Assembleia da República, desde que as pessoas o façam com mútuo consentimento", afirma António Serzedelo.
"Não quero ser blasfemo (...) mas percebo que as pessoas recorram a esses locais" que são "empobrecedores" mas que correspondem a "uma verdade social que não pode ser escamoteada", acrescenta o presidente da direcção da Opus Gay que declara não ter conhecimento de situações de prostituição nesses espaços: "São pessoas que procuram parceiros para aventura ou para relacionamentos de continuidade". E acrescenta: "A maior parte dessas pessoas têm como opção de vida a heterossexualidade e depois têm essas escapadelas"?
Autoridades conhecem
A escolha daqueles dois espaços do santuário de Fátima para encontros homossexuais não constitui novidade para a Polícia de Segurança Pública. O comandante distrital de Santarém assegura que, inclusivamente, o posto de Fátima daquela força policial encetou diligências junto do santuário no sentido de que as casas de banho pudessem encerrar em dias de menor movimento.
O responsável lembra que no último ano a PSP registou duas ocorrências nas casas de banho do santuário, uma das quais relacionada com uma agressão violenta. "Sabemos que isso se passa e que são locais de encontro, mas são questões que se prendem com os direitos, liberdades e garantias das pessoas", salienta Vaz Antunes.
Encerramento dos locais prejudicaria os peregrinos
O reitor do santuário, monsenhor Luciano Paulo Guerra, diz ter recebido "algumas denúncias", explicando que o "santuário tentou estabelecer um controlo mais apertado das casas de banho" existentes. Chegou a ser ponderado o encerramento de tais espaços, mas Luciano Guerra admite não poder tomar uma "atitude muito radical" em virtude "da quantidade muito grande de peregrinos que se espalham por todas as zonas limitrofes do Santuário e que, inclusivamente, ficam de noite nos parques".
