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"A empresa municipal Figueira Grande Turismo (FGT) está em falência técnica". A afirmação é de António Tavares, vereador do PS na Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF). O exercício de 2007, aprovado na última reunião do executivo figueirense pela maioria PSD, com votos contra do PS, revela que a empresa municipal de turismo tem um passivo que ronda os 5,5 milhões de euros (ME).
"São resultados profundamente desanimadores e mostram, com toda a clareza, uma empresa em falência técnica. Esta conclusão é atestada pelo parecer do Revisor Oficial de Contas quando salienta ter sido 'empenhado' pelo exercício de 2007 mais de metade do capital social da empresa", disse, ao JN, o vereador.
"As contas demonstram que FGT possui, ao momento, um capital próprio de 966 mil euros. Este representa apenas 47% do capital social e a lei não permite que uma empresa possa prosseguir actividades com valores desta ordem. Temos, portanto, uma empresa descapitalizada", acrescentou o autarca socialista.
Criada em 2000, no mandato de Pedro Santana Lopes, então presidente da Câmara local, a FGT agrupava os então Serviços Municipais de Turismo. Foi constituída com capitais exclusivamente municipais.
O relatório do exercício de 2000 apresentou, de imediato, um passivo de 2,2 ME. A empresa era, na altura, presidida por Miguel Almeida, hoje deputado na Assembleia da República, e Lídio Lopes, actual vereador e líder concelhio do PSD local. Em 2001, o passivo disparou para os 6,9 ME e, em 2002, atingiu o valor mais alto de sempre 7,4ME. Desde então, o passivo tem vindo a diminuir e em 2007 desceu 23,9% face a 2006, cifrando-se agora nos 5,5ME.
Ana Redondo, administradora-delegada da FGT, diz que a redução do passivo total em 2007 "é resultado de uma boa gestão". "A situação financeira da empresa está sob controlo e a FGT goza de saúde financeira", garantiu. Os argumentos não convencem o PS que, nos últimos anos, rotulou a FGT de "sorvedouro do erário público". Paulo Dâmaso